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Organizações de defesa do meio ambiente defendem a construção de passagens sob a rodovia para que os animais se desloquem de forma segura

A Comissão dos Direitos e Bem-Estar Animal e a Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Londrina coordenarão hoje (11), às 15 horas, reunião pública com o objetivo de discutir os perigos da duplicação da PR-445 para a fauna local e a necessidade de intervenções que diminuam o risco de atropelamentos de animais na rodovia, como a construção de corredores ecológicos. A reunião será na sala de sessões da Câmara, com transmissão online pelo site do Legislativo e pelo canal da Câmara no Youtube. “O que precisamos saber é se, junto com a duplicação, estão sendo construídas passagens para o trânsito seguro de animais silvestres sob a rodovia, medida fundamental para a preservação não só da vida animal como da vida humana”, afirma a vereadora Daniele Ziober (PP), presidente da Comissão dos Direitos e Bem-Estar Animal.

Estudo realizado pela empresa de consultoria ambiental Jequitibá, ao qual a equipe de Jornalismo da Câmara teve acesso, mostra que somente no ano passado ao menos 115 animais foram atropelados no trecho da PR-445 a ser duplicado, entre Londrina e o distrito de Irerê. O levantamento foi contratado pelo consórcio responsável pela duplicação, após o Ministério Público do Estado do Paraná considerar deficitário o diagnóstico do atropelamento de fauna realizado no âmbito da solicitação da Licença Ambiental Simplificada para a obra. Entre os animais atropelados, foram identificados gambás, tatus-galinha, pombas e espécies nativas de grande porte, como cachorro-do-mato e capivara. Conforme o relatório, a fauna é severamente impactada pelas rodovias, pois os animais são impedidos de se deslocar de um ponto a outro na paisagem.

O estudo trouxe recomendações para evitar o aumento de casos de atropelamento com a duplicação, entre elas a construção de quatro passagens secas que permitam o trânsito seguro de animais por baixo da rodovia. Conforme a consultoria, essas passagens poderiam ser abertas sob pontes e a partir da adaptação de galerias e bueiros já existentes. “Essa região que estão duplicando está em grande parte no corredor ecológico existente entre o Parque Estadual Mata dos Godoy e o Rio Tibagi e é tida por portaria do Ministério do Meio Ambiente como Área Prioritária para Conservação. A Mata dos Godoy é uma área pequena para manter toda a diversidade que ela abriga, por isso as florestas que estão no entorno são importantes para manter a viabilidade dessas espécies. Os bichos usam a paisagem agrícola e as rodovias para se deslocar de uma área florestal para outra”, explica Gustavo Góes, gestor ambiental da organização não governamental Meio Ambiente Equilibrado (ONG MAE). A ONG aponta a necessidade de adaptações na obra de duplicação para mitigar os efeitos do futuro aumento no fluxo de veículos na rodovia.

Segundo Daniele Ziober, os números do levantamento feito pela Jequitibá mostram que há um alto risco de acidentes com animais na região. Góes ressalta que as colisões podem ser perigosas não somente para os bichos como para os motoristas. Segundo ele, o trecho que apresentou maior impacto para os grupos da fauna foi a travessia pela bacia hidrográfica do Ribeirão dos Apertados. “Ali é principal corredor entre Mata dos Godoy e o Tibagi, onde já foram atropeladas capivaras e antas. A anta é um bicho que pesa em média de 200 quilos e uma colisão com ele pode ser fatal”, diz.

Participantes

Para debater a questão, foram convidados para a reunião pública o prefeito Marcelo Belinati (PP), o governador Ratinho Júnior (PSD) e representantes de diversos órgãos e instituições, entre eles ONG MAE, Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Comissão de Direitos dos Animais da OAB Londrina, Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma), Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupda) e 20ª Promotoria de Justiça.

Asimp/CML

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