Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Com novo foco na recuperação, projeto deverá exigir tratamento do usuário de drogas como condição para o não-pagamento da multa de R$ 500

Diante da pouca efetividade da legislação penal brasileira para inibir o consumo e o tráfico de drogas ilícitas, a Câmara Municipal de Londrina, por meio do vereador Jamil Janene (PP) discute uma alternativa local para minimizar o problema. Apoiado na iniciativa por outros 14 parlamentares, o vereador investe no projeto de lei nº 30/2019 que originalmente proíbe o uso de drogas ilícitas em locais públicos e permite a aplicação de multa de R$ 500 aos usuários flagrados pelas forças de segurança em ruas, praças e outros espaços. Submetida a dois debates públicos, a proposta ainda está longe de alcançar um consenso entre as partes envolvidas, mas o certo é que sofrerá mudanças em relação à redação original.

Com anuência do seu autor principal, o projeto de lei deixará de proibir o consumo de drogas ilícitas – restrição já prevista na legislação federal – para focar na prevenção e recuperação do dependente químico. Desta forma, a multa em espécie poderá deixar de ser aplicada caso o infrator comprove a participação em programas de prevenção e tratamento oferecidos por órgãos públicos ou instituições conveniadas. A mesma exigência será aplicada aos moradores de rua que, em hipótese alguma, serão multados. Já para os jovens infratores com idade inferior a 18 anos, a lei municipal deverá ser aplicada no contexto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No entanto, aos reincidentes no consumo de drogas em áreas públicas, a sanção será pesada: multa em dobro, saltando de R$ 500 para R$ 1 mil.

“ O que queremos com o projeto é criar algum tipo de dificuldade para o consumo de drogas na cidade e encaminhar o dependente para tratamento. Muitas famílias estão se afastando dos espaços públicos porque nestes locais tem muita gente usando drogas ilícitas”, disse Jamil Janene. O vereador disse ainda que o projeto de lei deverá autorizar a prefeitura e realizar convênios com organismos de segurança para garantir a fiscalização das novas regras em parceria com a Guarda Municipal. Esta e as demais alterações na proposta foram discutidas na tarde da última quarta-feira (16) com representantes de órgãos municipais e entidades que atuam com dependentes químicos e deverão ser submetidas a uma nova análise na primeira quinzena de novembro, antes de se transformarem em emendas definitivas ao projeto.

Tramitação

Protocolado em março por 15 vereadores, o PL nº 30/2019 foi aprovado em primeira discussão em 27 de agosto. No dia 23 de setembro a matéria foi discutida em audiência pública e posteriormente teve a tramitação interrompida até 22 de outubro. O texto ainda precisa passar por mais um turno de votação antes de ir para a sanção do prefeito Marcelo Belinati (PP) e transformar-se em lei.

Asimp/CML

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.