Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Todas as modalidades de pesca estão proibidas pelo Instituto Água e Terra. Também não são permitidos a posse e o transporte de pescados sem a devida comprovação de origem. Decisão é para a proteção dos peixes e seu habitat, e levou em conta o período de escassez hídrica.

A pesca em todas as suas modalidades está proibida na Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas e de seus afluentes, no Norte Pioneiro. A determinação do Instituto Água e Terra (IAT), prevista na Portaria 242/2021, foi publicada nesta semana em Diário Oficial e considera a proteção e a gestão integrada dos recursos ictiológicos existentes, incluindo peixes e seu habitat, frente ao período crítico de escassez hídrica.

Também não são permitidos a posse e o transporte de pescados sem a devida comprovação de origem. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, responsável pela medição do nível dos rios em todo o Estado e pela gestão da fauna aquática.

De acordo com o gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro Cesar de Góes, o restabelecimento das atividades pesqueiras na região depende do aumento do nível dos rios que a compõem. “A pesca só será permitida novamente quando os rios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas atingirem a cota hídrica que permitam a dispersão de cardumes, de acordo com critérios técnicos estabelecidos pelo Instituto Água e Terra”, afirmou.

 “Essa proibição foi necessária pela baixa quantidade de chuvas, a fim de evitar a mortandade de muitos peixes nativos através da pesca predatória. Um nível muito baixo dos rios, em comparação com a cota média, pode impedir o dispersamento de cardumes e gerar inúmeros problemas para a fauna aquática”, disse o chefe regional do IAT de Cornélio Procópio, João Carlos Ferreira.

A Bacia do Rio das Cinzas tem 15 estações fluviométricas monitoradas pelo órgão ambiental estadual, indicando o nível dos rios. Os dados são atualizados semanalmente e podem ser consultados no site do IAT, na aba do Hidroinfoparaná.

No trecho da ponte que liga Bandeirantes a Andirá, o nível da água está em 34 centímetros, diante de uma cota média de 90 cm, o que representa 37% da normalidade. Neste rio, existe a captação de água para abastecer os moradores de Bandeirantes, Tomazina e Andirá.

Crime 

O cidadão que for flagrado pescando na Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas, transportando ou de posse de pescado in natura nas proximidades das áreas proibidas, sem a devida comprovação de origem, está sujeito à aplicação das penalidades previstas na Lei Federal 9.605/98 e no Decreto Federal 6.514/08. A fiscalização será feita em conjunto pelo IAT, Ibama, Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde (BPAmb-FV) e polícias Civil e Militar.

Nível

De acordo com dados apontados no Hidroinfoparaná, os rios do Paraná estão com níveis abaixo da cota de alerta hídrica em 75% dos pontos analisados. A Bacia do Rio das Cinzas compõe os rios do Norte Pioneiro do Estado, região tipicamente agrícola e representativa para o lazer, recreação e pesca.

Os dois principais rios da região são o Rio das Cinzas e o Rio Laranjinha. Na área vive população estimada de 500 mil habitantes.

De acordo com o diretor-presidente do IAT, Everton Souza, as informações contidas no sistema do Hidroinfoparaná dão suporte para que o órgão ambiental possa tomar decisões e compartilhar com a sociedade.

“Com esse sistema, fica mais fácil para a sociedade compreender as medidas que precisamos tomar, como a proibição da pesca e da queima da cana-de-açúcar, por exemplo”, disse. “Estamos em uma crise hídrica em que, historicamente, tem estações que nunca tiveram níveis tão baixos como agora”.

De acordo com os dados do sistema, o Rio Laranjinha está com apenas 33% da cota média de água. Isso significa que a população de peixes perdeu 67% do seu habitat natural. A cota média do rio é de 124 cm e, atualmente, está com 42 cm.

AEN

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.