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A implementação do projeto Ecometrópole, um sistema de gestão compartilhada dos serviços da cidade, baseado em conceitos científicos e tendo as nascentes e mananciais como ponto de partida, foi apresentada pelo ambientalista João Batista Moreira Souza, conhecido como João das Águas, aos integrantes do Observatório Ambiental de Arapongas (OAA). Ele informou que o projeto foge da ideia de concentrar ações ambientais isoladas, buscando um plano de trabalho mais abrangente, a partir da mobilização comunitária e com o envolvimento do poder público, das entidades privadas e da sociedade. A proposta prevê a divisão da cidade em setores administrativos, tendo um coordenador para cada região, conhecido como professor de cidades, com o auxílio de diversos comitês. “O projeto já foi apresentado para Londrina, mas ele pode e deve ter uma abrangência regional, pois temos um monte de água nesses municípios e podemos fazer uma gestão pelas águas”, afirma o ambientalista.

Para ele, um projeto regional também tem um peso maior no âmbito estadual, nacional e mesmo internacional, facilitando o uso de recursos materiais e humanos, a mobilização e o aporte de verbas. No caso de Londrina, o Ecometrópole é uma evolução do Programa Rio da Minha Rua, desenvolvido inicialmente em 2003 e lançado dois anos depois. O projeto pretende dividir a cidade em quatro agências de desenvolvimento, com 40 ecounidades e 400 regiões para gerenciamento, levando em conta as bacias presentes na Região Metropolitana de Londrina. “Arapongas também é uma cidade cercada por nascentes, como a do Apertados e do Bandeirante do Norte, entre outras. O município também tem bons motivos para pensar num modelo de gestão a partir das águas”, acrescenta o ambientalista.

João das Águas frisa que cada comitê passa a cuidar de sua área de forma global, levando em conta o aspecto ambiental, de saúde, de segurança, de limpeza pública etc. Para que o projeto funcione plenamente, ele também defende mudanças no Código de Posturas do Município e a criação de uma Política Municipal do Voluntariado, seguindo modelos já em vigência no Japão e em países europeus. “Esta política permite o estímulo e o reconhecimento social às pessoas que se dedicam ao voluntariado. Esse esforço voluntário também é muito importante para o modelo de cidades sustentáveis”, acrescenta o ambientalista. Os diretores do OAA anunciaram que vão fazer outras reuniões para conhecer a proposta com mais detalhes. “Nós solicitamos a ele que nos encaminhe o projeto por escrito e que volte para uma nova reunião a fim de esclarecermos eventuais dúvidas”, afirmou a presidente do OAA, advogada Sandra Gasparotti.

Vanderlei de Souza/souza@onda.com.br

 

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