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Com a modelagem completa da calha do rio, entre a usina e a foz do Rio Iguaçu, será possível operar com ainda mais dados sobre o comportamento das águas a jusante da barragem da Itaipu.

A seca no Rio Paraná em 2020 afetou a navegabilidade a jusante da usina de Itaipu e gerou desafios para a operação da hidrelétrica. Porém, ao mesmo tempo em que esse cenário permitiu estabelecer um novo recorde de produtividade, viabilizou a realização de um trabalho inédito. Essa ação vai possibilitar, no futuro, operar com ainda mais conhecimento sobre o comportamento das águas no cânion do Paraná.

Explica-se: nos últimos anos, com o emprego de tecnologias como a batimetria (que permite conhecer o relevo do leito do rio) e o escaneamento a laser das margens (acima da linha d’água), os profissionais da Itaipu conseguiram desenvolver modelos digitais de diversas áreas da usina, incluindo o reservatório, a barragem e a calha do Paraná, a jusante.

Porém, devido a uma limitação tecnológica, havia uma faixa das margens brasileira e paraguaia, abaixo da linha d’água, que ficava invisível aos equipamentos. A Divisão de Reservatório do Paraguai (MARR.CE), já havia feito um trabalho importante de batimetria mapeando a calha do rio. Mas, como as margens têm muitas rochas e é perigoso se aproximar com as embarcações utilizadas no levantamento batimétrico, as áreas mais rasas permaneciam desconhecidas.

Em 2020, com uma das mais baixas vazões já registradas na história, essa parte antes invisível ficou exposta e passível de ser escaneada com os equipamentos que realizam varreduras a laser, que têm grande precisão e podem ser posicionados a até um quilômetro das superfícies a serem modeladas. “A seca de 2020 se configurou como uma oportunidade única para completar esse trabalho”, sintetiza o gerente do Divisão de Estudos (ODRE.CD),  João Paulo Bueno do Prado.

Uma usina hidrelétrica como Itaipu gera eletricidade convertendo a energia potencial (da água do reservatório), em energia cinética (do movimento da água passando pelas turbinas) e, finalmente, em energia elétrica, por meio do campo magnético induzido dentro do gerador.

Por isso, a diferença de altura entre a captação de água e o nível do rio a jusante da barragem influencia diretamente o potencial de energia a ser gerada. “O Rio Iguaçu, apesar de estar a jusante da barragem, influencia o nível do Paraná e, em algumas circunstâncias de cheias, também pode influenciar a geração de energia em Itaipu. Daí a importância de se ter essa modelagem completa. O objetivo é ter dados ainda mais precisos e acurados para subsidiar simulações hidráulicas e, indiretamente, contribuir com a operação da usina”, explica João Paulo.

Considerando o talvegue (linha de maior profundidade do rio), o trabalho realizado percorreu uma distância de 22 quilômetros, da barragem à foz do Rio Iguaçu. Ao todo, foram escaneados 173 hectares da margem brasileira e 161 da margem paraguaia. Para isso, foram utilizados dois equipamentos diferentes: o scanner P2U (Pegasus Two Ultimate), para mapeamento móvel a partir de uma embarcação, e o ScanStation P50, para mapeamento fixo, a partir de pontos selecionados na margem brasileira (uma vez que não foi possível desembarcar na margem direita do rio devido às limitações da pandemia de covid-19).

Para realizar esse trabalho, além da atuação de profissionais da Divisão de Estudos (ODRE.CD), foi fundamental a participação de colegas da Divisão de Reservatório (MARR.CD) - ambas da Diretoria de Coordenação da Itaipu -, e da Superintendência de Segurança Empresarial  (SE.AD), da Diretoria Administrativa, que com o apoio dos bombeiros da usina garantiu a segurança dos profissionais da Itaipu, tanto na água como no solo.

 “Também foi necessário trabalhar em sintonia com as forças de segurança, como Polícia Federal e Marinha, e com a Receita Federal, uma vez que precisamos posicionar o scanner terrestre em vários pontos da fronteira brasileira, na margem do Paraná”, completa João Paulo.

Asimp/ Itaipu Binacional

#JornalUnião

Foto: Diretoria de Coordenação da Itaipu Binacional

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