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O Paraná conquistou na sexta-feira (21) a garantia da construção da segunda ponte em Foz do Iguaçu ligando o Brasil e Paraguai, com o acordo firmado entre os dois países. A obra é histórica para o Paraná e foi uma das principais bandeiras da gestão da governadora Cida Borghetti, que se empenhou pessoalmente para viabilizá-la.

Desde que assumiu, Cida tratou o assunto em diversas oportunidades com o presidente Michel Temer e também esteve no Paraguai, em visita oficial ao presidente Mario Abdo Benítez, para defender o investimento. Nesta sexta, os presidentes assinaram um acordo que permitirá a realização do projeto no Paraná, e também de outro no Mato Grosso do Sul, com recursos da Itaipu Binacional.

“Um sonho de quase 60 anos que em menos de nove meses se torna realidade. Foram muitos encontros e reuniões para que o dia de hoje se tornasse realidade. Hoje o dia é de agradecimentos”, afirmou a governadora na solenidade realizada na sede da Itaipu, em Foz do Iguaçu.

“Este ato entrará para a história do Brasil e do Paraguai”, afirmou o presidente Michel Temer. “Essa ponte facilitará muito a mobilidade de escoamento da produção entre os dois países. Isso é importantíssimo, porque terá enorme impacto no comércio exterior, refletindo, inclusive, em outros países da América do Sul”.

O presidente Mario Abdo Benítez, citando a governadora Cida Borghetti, agradeceu o empenho de paraguaios e brasileiros para que o acordo pudesse ser firmado em tão pouco tempo. “Estamos em uma obra que transformou os países, que simboliza a integração dos nossos povos, a Itaipu. Hoje o processo de integração se fortalece”, disse ele.

A segunda ponte em Foz será construída sobre o rio Paraná na região do bairro Porto Meira. No lado paraguaio, a obra vai alcançar o município de Puerto Franco, vizinho a Cidade de Leste, onde está a Ponte Internacional da Amizade. Com a obra, todo o transporte de cargas será feito pela nova passagem, e a atual vai atender somente turistas e passageiros.

A Ponte da Amizade, construída em 1965, é o principal corredor logístico entre Brasil e Paraguai e está sobrecarregada. Além das pessoas que circulam entre Foz e Cidade de Leste, ela também concentra o trânsito de caminhões. Com a nova ligação, ficará exclusiva para veículos leves e ônibus de turismo.

Além disso, a segunda ponte permitirá a ligação entre a Rodovia das Cataratas e a BR-277 pela Perimetral Leste, por onde também trafegarão os veículos pesados que circulam entre Brasil e Argentina.

Dois projetos

Além de Foz do Iguaçu, uma outra ponte será construída sobre o Rio Paraguai, ligando o município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai. O custo total previsto para as duas pontes é de US$ 270 milhões (cerca de R$ 1 bilhão), que serão investidos ao longo dos próximos três anos.

O financiamento das pontes pela Itaipu Binacional foi autorizado por parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), assinado no dia 17 de dezembro. Segundo a AGU, “as duas obras fazem parte de acordos internacionais celebrados entre os dois países, mas ainda não foram realizadas em razão de restrições orçamentárias”.

O parecer da AGU era o último detalhe jurídico que faltava para que os presidentes do Brasil e do Paraguai pudessem assinar a autorização para a obra. As obras não devem onerar o custo da energia comercializado pela hidrelétrica binacional, pois a tarifa de Itaipu está congelada em dólar e não há previsão de reajuste.

Segundo o presidente brasileiro da hidrelétrica, Marcos Stamm, o acordo entre os dois governos e a diretoria de Itaipu prevê que a parte paraguaia da usina financiará a ponte no Mato Grosso do Sul, enquanto o lado brasileiro entrará com recursos para a ponte em Foz do Iguaçu.

Agora, a execução dos projetos deve ficar a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit). Os procedimentos para a construção devem ser iniciados já a partir do ano que vem. A licitação para os projetos básico e executivo dessa ponte já havia sido lançada, mas foi cancelada em junho deste ano, por falta de recursos.

AEN

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