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Um novo projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e Ministério da Cidadania vai colaborar para a redução do desperdício de alimentos em todo o Estado nos próximos dois anos. Serão desenvolvidas ações para reduzir as perdas e desperdícios nos diferentes elos da cadeia produtiva e de abastecimento de alimentos.

O investimento total será de R$ 1,030 milhão, sendo R$ 1 milhão proveniente do Ministério, e R$ 30 mil da Secretaria da Agricultura. O projeto busca estimular o consumo e a produção responsáveis, além da redução de 50% do desperdício de alimentos, em sintonia com a meta ODS 12 da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é signatário.

Também está previsto um mapeamento dos gargalos na cadeia – Agricultor – Organização da Agricultura Familiar – Escolas – Ceasas – Bancos de Alimentos – entidades assistenciais e consumidores. A ideia é sensibilizar os atores com a criação de um protocolo de ações para reduzir o desperdício de alimentos no Estado, nos níveis de varejo e do consumidor, além de reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita.

Participantes

A iniciativa do projeto é do Desan (Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional), em parceira com a Emater (Instituto Parananense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional), Ceasa, Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan).

Estimativas apontam o Brasil entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo, com um descarte aproximado de 30% de tudo do que é produzido para o consumo humano e 15% das calorias totais produzidas. Este descarte gera um prejuízo econômico de US$ 940 bilhões por ano.

No Paraná, a estimativa é de que aproximadamente 30% dos alimentos sejam desperdiçados. O primeiro encontro entre os técnicos de órgãos envolvidos já conteceu, e a expectativa é que em maio comecem os primeiros seminários sobre aproveitamento integral de alimentos, além de oficinas, cursos e distribuição de cartilhas para o público-alvo.

Para o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, será uma oportunidade de fazer uma grande sensibilização e mudança de hábitos. “Além disso, vamos levantar os principais gargalos da cadeia responsáveis pelas perdas, e assim propor ações para corrigi-los”.

A diretora do Desan, Márcia Stolarski, diz que o primeiro passo será fazer um diagnóstico dos pontos críticos e causas das perdas na cadeia produtiva, e propor intervenções para corrigir os gargalos e aprimorar os sistemas de produção, abastecimento e consumo. “Há muitas práticas a serem aperfeiçoadas em todos os segmentos”, afirma.

Baixo custo

Serão propostas inovações tecnológicas de baixo custo para reduzir perdas e fornecer alimentos mais seguros, com maior qualidade e valor agregado. Cerca de 80 associações e organizações rurais da agricultura familiar receberão apoio através de assessoria, em sintonia com os programas desenvolvidos pela Secretaria da Agricultura.

“Considerando a amplitude do projeto, que deve atingir os agricultores, organizações da agricultura familiar, escolas, Ceasas, Bancos de Alimentos, entidades assistenciais, supermercados e consumidores, pretendemos promover ações e campanhas de educação alimentar e consumo consciente. É preciso minimizar os impactos no meio ambiente”, acrescenta Márcia Stolarski.

A Emater faz parte do Grupo de Governança intersecretarial do projeto e vai assessorar as 80 organizações para reduzir as perdas e desperdícios, e fazer cursos de aproveitamento integral para consumidores, segundo a assistente social da entidade, Miriam Fuckner. “Como entidade prestadora do serviço de assistência técnica e extensão rural, vamos orientar os agricultores e suas organizações”, diz ela. Aproximadamente 1,5 mil agricultores serão beneficiados. “A observação empírica indica que existem perdas significativas na lavoura (principalmente quando há grande oferta de produtos e preços baixos) e por consequência nas organizações, principalmente aquelas que não possuem estrutura de transformação e aproveitamento”, afirma.

Bancos de alimentos

Parte das ações de aproveitamento já é desempenhada. Nas cinco Ceasas do Paraná (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) funciona ainda o Banco de Alimentos. O programa é uma iniciativa de abastecimento e segurança alimentar, em parceria com produtores e permissionários através da coleta e repasse de hortigranjeiros sem padrão de comercialização, porém ainda em boas condições consumo. Estão cadastradas junto ao programa 453 entidades (orfanatos, creches, hospitais públicos, e entidades assistenciais) que atendem em média por mês cerca de 194 mil pessoas.

Em média, o Banco de Alimentos das cinco unidades no Estado fazem um aproveitamento de 4,6 mil toneladas, por ano, de produtos que seriam descartados junto aos aterros sanitários. “A ideia, com o novo projeto, é intensificar isso, buscando estrutura para que os alimentos possam ser processados e armazenados na Ceasa, criando um estoque”, explica o diretor agrocomercial da Ceasa, Paulo Ricardo da Nova.

Escolas

Outro âmbito do projeto envolverá as escolas, segundo explica o gerente do Departamento de Nutrição e Alimentação do Fundepar, Roni Eder Silva Bernardinis.

AEN

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