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Crescimento nas vendas de soja, produtos mecânicos e papel e celulose contribuíram para manter o equilíbrio na atividade de comércio exterior este ano

 Mesmo diante da crise internacional gerada pela pandemia do novo coronavírus este ano, o Paraná manteve as exportações em ritmo de crescimento. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Mdic, ligado ao Ministério da Economia, embora num ritmo mais lento, o valor das exportações paranaenses, de janeiro a maio, fecharam em US$ 6,5 bilhões, crescimento de quase 1% em relação ao mesmo período de 2019. Já as importações somaram US$ 4,4 bilhões, com redução de 14% na comparação com o ano passado.

Com isso, o saldo da balança comercial do Paraná fechou os cinco primeiros meses deste ano com saldo positivo de US$ 2,1 bilhões, valor 50% maior que o registrado de janeiro a maio do ano anterior, que foi de US$ 1,4 bilhão. “O que explica a alta significativa no saldo da balança não é o aumento das exportações, mas a queda acentuada nas importações. É preciso ter cautela na avaliação”, alerta o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

Segundo ele, dois fatores explicam a forte redução nas importações este ano. A começar com os primeiros sinais da pandemia na China e na União Europeia, afetando a atividade comercial em todo o mundo.

Uma vez instalada a crise causada pelo coronavírus houve a dificuldade de encontrar matéria-prima. Quem tinha estoque de insumos para produção, optaram por reduzir a importação devido à pouca garantia de venda dos produtos. A burocracia, o desembaraço aduaneiro e a liberação de produtos em portos e aeroportos também ficaram extremamente prejudicados com o fechamento dos países.

E a segunda explicação destacada pelo economista para a diminuição das importações foi a grande oscilação do dólar no Brasil. A moeda americana depreciou 37% de janeiro a maio, passando de R$ 4,15 em janeiro para R$ 5,64 em maio. “Ficou mais caro importar bens e serviços porque a variação do câmbio é um impeditivo que pesa para as empresas. Como não conseguem repassar todo o custo de importação adiante, elas tendem a reduzir o faturamento dos seus produtos”, avalia.

 “Com a instalação da crise também no Brasil, a partir da metade de março, o consumo interno também redução imediata e a estratégia das empresas foi de segurar os gastos e utilizar o que tinham de matéria-prima em estoque, sem fazer novas aquisições, para não correrem o risco de ficar com mercadoria parada e com orçamento em desequilíbrio”, analisa Felippe.

Mesmo com crescimento modesto, a alta nas exportações é um bom sinal, garante o economista. “Considerando o momento da economia mundial, ter saldo positivo na atividade de comércio exterior é um fator importante. Mostra que a diversificação da pauta de produtos exportados pelo Paraná faz a diferença e mostra que, mesmo diante de um cenário de dificuldade, o estado tem potencial para superar a crise nos próximos meses, quando tudo retomar a normalidade”, afirma.

O aumento expressivo de 24% nas exportações de soja (US$ 2,6 bilhões) e de produtos mecânicos (US$ 263 milhões), e de 13,4% de papel e celulose (US$ 253 milhões) foram determinantes para a manutenção do equilíbrio nas exportações do Paraná. Já o que causou maior impacto nas importações foi a queda de 51% na compra de material de transportes, ligadas ao setor automotivo, de 13% em produtos químicos, e de 4,4% de petróleo.

Desde o início e sua gestão, o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro tem reforçado a importância do comércio internacional e de ampliar o acesso a novos mercados para fomentar negócios, desenvolver as indústrias e aumentar a competitividade do estado no mercado externo. E, neste sentido, o gerente executivo de Relações Institucionais e Assuntos Internacionais da Fiep, Reinaldo Tockus, avalia que o resultado acumulado da atividade de comércio exterior mostra, mais uma vez, que a indústria paranaense segue caminhando, devido à firmeza de suas bases nos mercados internos e externos. “Apesar dos números do comércio internacional terem desabado nos últimos meses em razão da Pandemia, e dos estudos da ONU apontarem para mais uma redução de 27% no 2º semestre, o Paraná consegue, ainda, manter-se em situação favorável, frente aos demais estados exportadores.”, conclui.

Asimp/Fiep

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