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O general Joaquim Silva e Luna é o novo diretor-geral brasileiro e o vice-almirante Anatalício Risden Júnior o novo diretor financeiro executivo. Eles substituem Marcos Vitório Stamm e Mário Antônio Cecato, respectivamente.

Em   decreto  publicado  no  Diário  Oficial  da  União  (DOU)  desta quinta-feira  (21),  o  presidente  Jair  Messias Bolsonaro e o ministro de Minas  e  Energia  (MME), almirante Bento Costa Lima Leite, nomearam o novo diretor-geral  brasileiro  da  Itaipu Binacional, Joaquim Silva e Luna, e o novo  diretor  financeiro  executivo  da empresa, vice-almirante Anatalício Risden Júnior. Eles substituem Marcos Vitório Stamm e Mário Antônio Cecato, respectivamente.  A data da posse e o local da solenidade de transmissão de cargo ainda não foram definidos.

O mandato tem validade até 16 de maio de 2022. Os cargos de diretoria são  renovados  sempre  a cada cinco anos e na data de 16 de maio, conforme prevê  o  parágrafo  3º  do  Anexo A do Tratado de Itaipu.

Vasta experiência

Ex-ministro  da Defesa e general de exército da reserva, Silva e Luna é  o  terceiro diretor com formação militar a ficar à frente da condução do lado  brasileiro da empresa. Ele esteve à frente do Ministério da Defesa de 27  de fevereiro de 2018 a dezembro do mesmo ano e foi o primeiro militar a comandar a pasta.

Neste período, esteve na Itaipu para uma reunião com o então ministro de  Minas e Energia, Moreira Franco, e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, em 13 de julho de 2018.

Na ocasião, o general pôde conhecer melhor a estrutura da empresa e a importância  de  Itaipu como uma das infraestruturas críticas do País, tema do  qual  tem  amplo conhecimento e formação. Para o novo diretor-geral, “o cargo é estratégico e requer uma boa bagagem em gestão”.

Com vasta experiência em planejamento estratégico, orçamento e gestão de  projetos,  ele  comandará  o  lado  brasileiro  da  usina em um momento relevante  para  a  binacional,  às  vésperas da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e vence em 2023.

Outro  desafio  será o de dar continuidade ao processo de atualização tecnológica das unidades geradoras da usina. O prazo previsto do trabalho é de  14  anos  e  o  investimento é de cerca de U$ 660 milhões. As propostas comerciais das empresas e dos consórcios interessados no trabalho devem ser apresentadas ainda no primeiro semestre de 2019.

Formação e carreira

Aos  69 anos, o pernambucano de Barreiros (PE) tem uma vasta formação acadêmica e uma carreira sólida no Exército. É doutor em Ciências Militares pela  Escola  de  Comando  e  Estado-Maior do Exército (1987/88), mestre em Operações  Militares  pela  Escola  de Aperfeiçoamento de Oficiais (1981) e pós-graduado  em  Política,  Estratégia e Alta Administração do Exército na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998) e em Projetos e Análise de Sistemas pela Universidade de Brasília (1995).

Como  oficial-general, foi comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva,  em  Tefé  (AM),  de  2002  a 2004. Em Brasília (DF), foi diretor de Patrimônio, de 2004 a 2006; chefe do Gabinete do Comandante do Exército, de 2007  a  2011;  e  chefe  do Estado-Maior do Exército, de 2011 a 2014. Como oficial  superior,  comandou  o 6º Batalhão de Engenharia de Construção, em Boa  Vista  (RR),  de  1996  a  1998.  No  Ministério  da  Defesa foi ainda secretário-geral  da  pasta,  onde também foi secretário de Pessoal Ensino, Saúde e Desporto.

No  exterior, foi membro da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai  e  Assessor  de  Engenharia,  de  1992 a 1994, e Adido de Defesa, Naval,  do  Exército  e  Aeronáutico  em  Israel,  de 1999 a 2001. Ainda em Israel,  fez  o  curso  Combate  Básico  das  Forças de Defesa de Israel no Instituto Wingate Israel (2000).

Antes de ingressar no Exército, estudou na Escola Agrotécnica Federal de  Barreiros  (PE),  de 1962 a 1968. Em 10 de fevereiro de 1969, entrou na Academia  Militar  das  Agulhas  Negras,  onde  se  graduou e foi declarado aspirante  a  oficial  da  Arma  de  Engenharia, em 16 de dezembro de 1972. Durante  a  sua  vida militar recebeu diversas condecorações nacionais e de nações amigas.

O último militar brasileiro a dirigir Itaipu, de 1985 a 1990, foi Ney Aminthas  de  Barros  Braga.  Paranaense,  foi  deputado  federal, senador, governador  do  estado  do Paraná e prefeito de Curitiba. Ele foi precedido pelo  general  de  exército José Costa Cavalcanti, o primeiro diretor-geral brasileiro  de  Itaipu  (1974-1985),  que  participou de todo o processo de construção da usina.

Novo diretor financeiro executivo

Militar  da  reserva  após  40  anos e 8 meses na ativa da Marinha do Brasil,  Anatalício, novo diretor financeiro executivo da Itaipu, tem ampla experiência   em  administração  e  economia  do  setor  público,  finanças governamentais,  orçamento  público,  operações de crédito internacionais e estruturação  de  projetos  complexos  de  Defesa,  em  relação  à vertente orçamentária e financeira.

Bacharel  em  Ciências  Navais, ele tem especialização em Intendência para  Oficiais; MBA em Administração de Investimentos Financeiros; é mestre em  Ciências  Navais  e  doutor em Altos Estudos de Política e Estratégia – Marítimas. Desde 2015, é consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Entre  março  de  2007  a  abril  de  2015, Anatalício foi diretor de Coordenação  do  Orçamento  da  Marinha  (COrM), constituindo o elo entre a Força  e  os demais entes do orçamento federal, entre eles, o Ministério da Defesa, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento. No cargo, o vice-almirante atuou em todo o processo orçamentário, desde o planejamento, passando pela captação de recursos, até o controle de sua execução.

Nascido em Curitiba, em 1956, Anatalício recebeu, no final de 2012, o título de Vulto Emérito de Curitiba pela Câmara Municipal da cidade.

Importância estratégica

Recordista em geração de energia no mundo, com mais de 2,6 bilhões de megawatts-horas  (MWh)  acumulados desde o início de sua produção, em 1984, Itaipu  é um exemplo bem-sucedido de integração entre dois países em âmbito jurídico, político e diplomático.

Em  2003, a missão da usina foi ampliada e Itaipu passou a atender 29 municípios  da  Bacia  do  Paraná  3.  Em  2017, esse número passou para 54 cidades  da  região  Oeste  do  Paraná.  Os  benefícios  atingem  direta  e indiretamente mais de 1,3 milhão de pessoas.

A  binacional do Brasil e do Paraguai conta com um orçamento anual da ordem  de  US$ 3,5 bilhões, sendo 70% deste montante destinado ao pagamento da  dívida  da  construção,  que  será  quitada  em 2023, incluindo juros e amortizações.  No  ano  passado, a hidrelétrica abasteceu 15% do mercado de energia elétrica brasileiro e 90% do paraguaio.

Em termos turísticos, Itaipu também é uma gigante, tendo ultrapassado a marca de milhão de visitantes em 2018, recorde anual de visitação. No ano passado,  1.024.667  turistas  passaram  pela usina. No total, os atrativos turísticos  da  hidrelétrica  já receberam mais de 22 milhões de visitantes desde a abertura de suas portas à comunidade, em 1976.

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