Tercilio alerta sobre acordos das concessionárias de pedágio
O deputado estadual Tercilio Turini criticou mais uma vez os acordos de leniência que as concessionárias de pedágio no Paraná estão firmando com o Ministério Público Federal (MPF). “Não atendem aos interesses da população, são vantajosos apenas para as empreiteiras, que vão receber um salvo conduto depois de terem superfaturado as tarifas, subornado e pago propinas a agentes públicos e não fazerem as obras previstas nos contratos”, ressaltou após audiência pública na Assembleia Legislativa, no dia 21 de maio.
Tercilio e todos os demais deputados presentes defenderam a revisão dos valores ou a rescisão dos acordos, especialmente o da Rodonorte. “Há mais de um ano já tinha alertado que a duplicação da Rodovia do Café, de Apucarana e Ponta Grossa, deixaria mais de 90 quilômetros em pista simples. O acordo da concessionária confirma que a BR 376, que é caminho de Londrina para Curitiba, não será duplicada na totalidade. É um absurdo. A empresa cobrou tarifa abusiva de pedágio por mais de duas décadas e agora alega que não tem recursos para fazer a obra completa. O Paraná não pode aceitar isso”, enfatizou.
O deputado de Londrina acrescentou: “Primeiro essas empresas aprontaram durante 20 e tantos anos. Todo mundo pagou um absurdo no pedágio, as obras que deveriam já estar prontas, que eram dos primeiros cinco anos, foram colocadas para o final do contrato. E nesses acordos as concessionárias levam enorme vantagem. Vão sair de boazinhas, limpar a ficha. Desse jeito vão dar atestado de boa conduta para elas, que poderão participar de obras públicas.”
O acordo de leniência da Lava-Jato com a Rodonorte prevê pagamento de cerca de R$ 750 milhões até o final da concessão, que acaba em 2021. Desse valor, R$ 350 milhões custearão a redução em 30% do valor do pedágio de todas as praças operadas pela empresa. Outros R$ 365 milhões serão para execução de parte das obras nas rodovias. Na avaliação dos deputados, a dívida da Rodonorte com o Estado é bem maior e pode chegar a R$ 2,5 bilhões.
Ricardo Rosa/Asimp
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