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“Essa é uma interferência que sem sombra de dúvida, se for comprovada, é um crime de responsabilidade e crime de responsabilidade pode ser um impeachment a caminho”

Durante a coletiva de imprensa onde anunciou sua demissão, o ex-ministro da justiça, Sérgio Moro criticou o governo Bolsonaro. O ex-ministro insinuou que o presidente Jair Bolsonaro fez a troca na diretoria-geral da Polícia Federal por não poder ter acesso aos relatórios confidenciais da Polícia Federal. De acordo com o Datafolha, Moro era o ministro com maior popularidade e aprovação, superando até mesmo o próprio presidente. Anteriormente, o presidente já teve polêmicas vindas de ex-membros de sua equipe, como no caso do ex-presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira, que afirmou em entrevista que o presidente não priorizava de fato o combate à corrupção.

Atualmente Ferreira atua como Analista Político-Econômico na Solomon’s Brain. Sobre a demissão de Moro, ele aponta que o governo está em colapso e estima que o dólar deve atingir os R$ 6. "O governo já está em colapso, na entrevista comentei que se tudo desse errado, o dólar bateria R$ 6. Tudo está dando errado”. Para o Analista, os últimos acontecimentos são sinais de alerta para a credibilidade do Brasil. “A popularidade do presidente vai desabar, a credibilidade do Brasil vai cair cada vez mais, inclusive no exterior e no mercado financeiro internamente também, certamente o impeachment dele pode ser uma pauta”, afirma. Ferreira recorda sua entrevista após a demissão da ABDI, onde afirmou que haviam 3 governos no Brasil. "A questão é que quando dei a entrevista lá trás, falei que havia três governos: o do Guedes, do Moro e, por fim, governo do Bolsonaro. Por que que falei aquilo? Porque naquela época o Moro e o Guedes só aceitaram ser ministros com o comprometimento do presidente de que teriam carta branca para fazer aquilo que eles achassem correto. Exatamente o que o Moro citou na coletiva”.

Guto Ferreira ressalta a interferência de Bolsonaro nas decisões dos ministros, quebrando a condição que deu aos mesmos. “A partir daí o presidente passa a tentar interferir na Polícia Federal porque os seus filhos estariam sendo investigados. Um por questão de fake news, milícia digital e até a questão do assassinato da Marielle Franco, o outro por conta da "rachadinha". Enfim, tudo relacionado ao Rio de Janeiro”. Para Ferreira esta interferência pode ser caracterizada como crime de responsabilidade. “Essa é uma interferência que sem sombra de dúvida, se for comprovada, é um crime de responsabilidade e crime de responsabilidade pode ser um impeachment a caminho”. Ferreira pontua que a possibilidade de um impeachment agora deixa o país mais instável e quebra a credibilidade do governo atual. “Isso traz uma instabilidade enorme para o Brasil, mais do que a instabilidade, tira a credibilidade de todo o governo do Bolsonaro que foi pautada em cima de ‘eu dou liberdade para os meus ministros fazerem aquilo que eles acham correto’, isso acabou de ser demonstrado que não é verdade", conclui.

Camila Camargo/Asimp/Solomon’s Brain

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