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Francisco interrompeu o ciclo de catequeses sobre o Pai-Nosso para comentar as palavras de Jesus durante a Sua Paixão

O tríduo pascal foi tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral ontem, 17. Na Praça São Pedro, de modo especial o Pontífice refletiu sobre algumas palavras que Jesus dirigiu ao Pai durante a Sua Paixão. A primeira invocação foi feita depois da Última Ceia, quando disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho” e ainda “glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.

Pode parecer paradoxal que Jesus peça a glória ao Pai quando a Paixão está para acontecer, observou o Papa. Segundo o Santo Padre, a glória na verdade indica o revelar-se de Deus, é o sinal distintivo da sua presença salvadora entre os homens e é o que acontece na Páscoa. “Ali Deus finalmente revela a sua glória, que descobrimos ser toda amor: amor puro, louco e impensável, para além de todo limite e medida”, refletiu.

“Queridos irmãos e irmãs, façamos nossa a oração de Jesus: peçamos ao Pai para retirar os véus dos nossos olhos para que nesses dias, olhando para o Crucifixo, possamos acolher que Deus é amor. Quantas vezes O imaginamos patrão e não Pai, juiz severo ao invés de Salvador misericordioso! Mas Deus na Páscoa cancela as distâncias, mostrando-se na humildade de um amor que pede o nosso amor”, suscitou o Pontífice.

Francisco afirmou que homens e mulheres dão glória ao Pai quando vivem tudo o que fazem com amor, com o coração. “A verdadeira glória é a do amor, porque é a única que dá vida ao mundo, e não a glória mundana, feita de aclamação e audiência. No centro não está o eu, mas o outro. Ninguém glorifica a si mesmo”, alertou.

Depois da Última Ceia, o Papa recordou que Jesus entra no jardim do Getsêmani e também ali reza ao Senhor com a palavra mais terna e doce: «Abbà», Pai (cfr Mc 14,33-36). “Na dor, Jesus nos ensina a abraçar o Pai porque na oração a Ele está a força de seguir adiante nas dores, nas fadigas a oração é alivio, conforto. Quando foi abandonado por todos, na desolação interior Jesus não está sozinho, está com o Pai. Nós, ao contrário, nos nossos ‘Getsêmani’ geralmente escolhemos permanecer sozinhos ao invés de dizer ‘Pai’ e confiar-nos, como Jesus, à sua vontade, que é sempre para o nosso verdadeiro bem”, observou o Santo Padre.

O Pontífice prosseguiu: “Quando nas provas permanecemos fechados em nós mesmos cavamos um túnel dentro de nós, um doloroso percurso contrário, que tem uma única direção: sempre mais fundo em nós mesmos. O maior problema não é a dor, mas como a enfrentamos. A solidão não nos oferece vias de saída; a oração sim, porque é relação, confiança. Jesus se confia ao Pai, dizendo a Ele o que sente, se apoiando nele durante a luta. Quando entrarmos nos nossos ‘Getsemanis’ (todos nós temos esses momentos duros) devemos nos recordar de rezar assim: ‘Pai’”.

Por fim, Francisco recordou que Jesus dirige ao Senhor uma terceira oração: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’ (Lc 23,34). “Jesus reza por quem foi mal com ele, no momento da dor mais aguda, quando recebia os pregos nos pulsos e nos pés. Aqui, ao vértice da dor chega o amor: chega o perdão, isto é, o dom à enésima potência, que quebra o círculo do mal”, refletiu.

Rezando nesses dias o “Pai-Nosso” – tema neste período das catequeses –, o Papa fez votos que os fiéis possam pedir uma dessas graças: viver para a glória de Deus, isto é, com amor; e a sabedoria de confiar no Pai nas provações; e encontrar no seu abraço o perdão e a coragem de perdoar.

(Canção Nova)

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