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Talvez, entre os três arcanjos – Rafael, Gabriel e Miguel – este último seja o mais invocado pelos cristãos. Inclusive, existe a devoção da “Quaresma de São Miguel”, rezada de 15 de agosto, Dia da Assunção de Nossa Senhora, até 28 de setembro, véspera da festa dos santos arcanjos.

O Arcanjo Miguel sempre foi muito amado e venerado pelo povo de Deus. Diante de passagens da Sagrada Escritura, a Igreja foi entendendo melhor o papel e a missão que ele tem, junto ao Senhor, em favor dos homens, como no Livro do profeta Daniel: “Naquele dia, vai prevalecer Miguel, o grande comandante, sempre de pé ao lado do teu povo” (Dn 12,1). Daí, sabemos que o Senhor o constituiu guarda e protetor da Igreja.

A tradição o vê também como guardião dos agonizantes, aquele que leva as almas ao Trono de Deus para o julgamento, invocado como nosso advogado na vida e na hora da morte (Jd 1, 9).

Sua figura é representada vestindo armadura, de espada em punho e atacando o diabo, que está derrotado aos seus pés. Praticamente, visualizamos essa imagem em suas palavras ao demônio: “Que o Senhor te repreenda”, na Epístola de São Judas 1, 9, e em Apocalipse 12,7-8: “Houve, então, uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o dragão. O dragão lutou, juntamente com seus anjos, mas foi derrotado e eles perderam seu lugar no céu”.

A maior virtude de São Miguel vem da decisão e atitude anterior a todos esses feitos, em que, diante da loucura de uma criatura que desejava ser comparada ao Senhor, Miguel declara: “Quem como Deus?”. Seu nome é uma alusão ao alto grau de convicção e fidelidade que esse arcanjo tem ao Altíssimo. “Miguel” significa “Quem como Deus?”, exatamente na forma de pergunta, dada em resposta à arrogância de satanás.

“Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes” (Tg 4,6). A força do arcanjo Miguel vem dessa sua certeza e docilidade ao Senhor, por isso ele vence a serpente orgulhosa.

Num mundo tão competitivo, muitas vezes, não percebemos o quanto estamos impregnados de arrogância quando queremos defender nossos direitos, nossa vez e voz, e exaltamos a nós mesmos numa luta ferrenha por reconhecimento.

Palavras que significam pecados e também a pretensão de superioridade para com outras pessoas, como “ostentação”, “ambição” e “vaidade”, tornaram-se sinônimos de “coisas boas”, que “estão na moda”, e nós as absorvemos em nossas atitudes.

A grande graça que devemos pedir ao Arcanjo Miguel e o que mais podemos aprender com ele é a capacidade de derrotar todo resquício de altivez em nós.

A humildade atrai o favor do Senhor e nos torna agradáveis ao Seu coração. “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3). A soberba é a raiz de todos os pecados e pode nos privar do destino da eterna felicidade: “para não acontecer que se ensoberbeça e incorra na mesma condenação que atingiu o diabo” (I Tm 3,6).

Que pela intercessão de Maria, “a mais humilde das criaturas” (CIC n.722), e de São Miguel Arcanjo – aliados não somente no Dia da Assunção, 15 de agosto, mas para sempre no Reino de Deus –, possamos nos esforçar e chegar ao nosso lugar no céu vivendo a virtude da humildade aqui nesta terra.

São Miguel Arcanjo, rogai por nós!

Sandro Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova, formado em administração de empresas e autor dos livros “As Cinco Fases do Namoro”, “Maria, humana como nós”, “Terço dos homens e a grande missão masculina”, “Quem tem um amigo tem um anjo” e o “Devocionário à Santa cruz”, pela Editora Canção Nova.

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