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Você sabe da importância de realizar os testes nos bebês? Neste texto, saiba mais sobre os testes do pezinho, do olhinho e da orelhinha.

Qual a importância do teste do pezinho?

Toda mãe e pai desejam que seu bebê cresça cheio de saúde. Uma das maneiras de demonstrar cuidado com a saúde dos recém-nascidos é fazendo o teste do pezinho. O teste do pezinho é um exame rápido: gotinhas de sangue do calcanhar do bebê são coletadas e têm a finalidade de diagnosticar e impedir o desenvolvimento das doenças genéticas ou metabólicas que podem levar à deficiência intelectual ou causar prejuízos à qualidade de vida.

Com esse exame, é possível diagnosticar até 50 doenças. Muitas delas não apresentam sintomas no nascimento, mas podem aparecer mesmo sem ter casos na família. Para que a prevenção seja possível, a coleta deve ser efetuada entre o 3º e 5º dia de vida do bebê.

O teste do pezinho é obrigatório e gratuito em todo o território nacional desde 1992. Ele é disponibilizado em quatro categorias: básico, avançado, plus e master. O teste básico é ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e detecta seis doenças que não apresentam sintomas no nascimento, são elas:

– Fenilcetonúria;

– Hipotireoidismo congênito;

– Deficiência de biotinidase;

– Fibrose cística;

– Anemia falciforme;

– Hiperplasia adrenal congênita (HAC).

Fenilcetonúria:

A fenilcetonúria é uma doença causada pela ausência ou redução da atividade de uma enzima responsável pela quebra da fenilalanina em tirosina (aminoácidos presentes no organismo). Assim, ela provoca o acúmulo da fenilalanina no organismo, especialmente no cérebro, o que leva à deficiência mental. Com o teste do pezinho, é possível fazer o diagnóstico precoce da doença e iniciar imediatamente o tratamento, que oferece a possibilidade de cura.

Hipotireoidismo congênito:

O hipotireoidismo congênito é uma doença decorrente da falta ou da redução da produção do hormônio da tireoide, essencial para o desenvolvimento neurológico do ser humano. Esse hormônio é ainda importante para o desenvolvimento e o funcionamento de vários órgãos, além do sistema nervoso central. Por esse motivo, a falta dele pode ocasionar uma deficiência neuropsicomotora, seguida de lesões neurológicas irreversíveis, além de outras modificações corporais.

Deficiência de biotinidase:

A deficiência de biotinidase é uma doença que impede o organismo de aproveitar a vitamina biotina, presente nos alimentos. Essa deficiência interfere no desenvolvimento intelectual da criança. O problema se manifesta a partir da sétima semana de vida e causa distúrbios cutâneos e neurológicos. Para as crianças que têm o diagnóstico tardio da doença, observam-se dificuldades motoras e de linguagem, além de distúrbios visuais e auditivos.

Fibrose cística:

A fibrose cística é uma doença crônica, que atinge o sistema digestivo, o pâncreas e os pulmões, causando secreções pulmonares e má absorção intestinal. Além disso, há aumento da viscosidade do muco, obstruindo as vias aéreas e causando um quadro de infecções crônicas. O tratamento recomendado para a fibrose cística está direcionado a um acompanhamento médico regular, com dieta específica, uso de enzimas pancreáticas e fisioterapia respiratória, além de suplementação vitamínica.

Anemia falciforme:

A anemia falciforme é uma doença causada por uma alteração na estrutura da molécula de hemoglobina. Por isso, a deficiência compromete o transporte de oxigênio, provocando graves prejuízos a diferentes tecidos e órgãos. Os problemas acontecem porque os glóbulos vermelhos, ao serem expostos a certas condições, alteram sua forma e tornam-se mais parecidos com uma foice, por isso o nome falciforme. Assim, os glóbulos modificados unem-se uns aos outros, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos do corpo.

Qual a importância do teste do olhinho?

O teste do reflexo vermelho, mais conhecido como teste do olhinho, já faz parte da rotina obrigatória do exame de recém-nascidos em vários estados brasileiros. Esse teste é obrigatório na rede pública e todo recém-nascido deve sair da maternidade com ele realizado.

O exame pode detectar inúmeras patologias oculares, entre elas: catarata congênita, glaucoma congênito, infecções, malformações, tumores, entre outros.

Os próprios pediatras podem fazer essa triagem inicial na maternidade. O teste do olhinho é fácil, não doloroso e rápido: um aparelho chamado oftalmoscópio emite uma fonte de luz por meio da pupila e observa-se o reflexo vermelho que vem da retina. Se detectarem algo suspeito, o médico pediatra deve encaminhar para um oftalmologista.

No caso dos bebês prematuros, a visão deve ter acompanhamento especial por parte dos oftalmologistas desde os primeiros dias de vida, devido aos riscos do desenvolvimento da retinopatia da prematuridade, que pode levar a cegueira, se não tratada precocemente.

Sendo assim, pais, pediatras e neonatologistas devem ser esclarecidos sobre a importância do exame oftalmológico precoce desde os primeiros meses de vida. Quanto mais cedo o problema for detectado, maiores serão as chances de sucesso com o tratamento.

Qual a importância do teste da orelhinha?

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida como teste da orelhinha, tem grande importância, tanto para a criança quanto para seus familiares, visto que é uma ferramenta que possibilita identificar a deficiência auditiva nos neonatos e lactente. Desde 2010, é determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade sem ter feito o teste da orelhinha, que é gratuito. O exame é feito, geralmente, no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e identifica problemas auditivos no recém-nascido. As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem fazê-lo antes de completarem 3 meses de vida.

O exame é indolor e é feito enquanto o bebê está dormindo. O fonoaudiólogo coloca um aparelho de Emissões Otoacústicas Evocadas, que produz estímulos sonoros leves e mede o retorno desses estímulos de estruturas do ouvido interno. Caso sejam identificadas alterações, o bebê deve ser encaminhado a um especialista para que sejam feitos exames complementares, há diferentes graus de deficiência auditiva e são raros os casos em que não há tratamento.

As causas de problemas auditivos são malformações congênitas, doenças genéticas e doenças infecciosas que atingem as gestantes, como rubéola e toxoplasmose. Esse diagnóstico precoce é extremamente importante para permitir que a criança com a deficiência tenha desenvolvimento neuropsicomotor e aquisição da fala próximos do normal. Além do tratamento com o otorrino, a criança também deve ser acompanhada por fonoaudiólogo especialista em reabilitação auditiva, que avaliará o desenvolvimento da audição e da fala da criança.

A falta de tratamento traz consequências para toda a vida, desde preconceito e dificuldades no aprendizado e de relacionamento até impedimento para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho quando adulto.

Proteja o seu bebê, realize os testes!

Heda Cristina Bilard - Graduada em Enfermagem pela UNIFATEA, Heda Carvalho tem especialização em Saúde Publica pela UNITAU, Obstetrícia pela UNIVAP e Administração Hospitalar pela Universidade São Camilo, áreas na qual possui vasta experiência de 10 anos. Ela trabalhou como Coordenadora na Saúde Pública de Guaratinguetá, foi Gerente de Enfermagem na Santa Casa de Lorena e Aparecida. Atualmente, é fundadora da assessoria para mães e bebês “CASULO”, sendo especialista em Educação Perinatal, Shantala, Laserterapia, Aromaterapia e Doulagem.

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