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O Comitê de Combate à Covid-19 de Cambé se reuniu na quinta-feira (04/03) para discutir ações de enfrentamento à doença no pior momento da pandemia na cidade. Apenas em fevereiro, Cambé confirmou uma média de 40 casos por dia da doença e mais de 20 mortes. Só nesta quinta foram confirmados mais dois falecimentos causados pela infecção do novo coronavírus e outras duas mortes suspeitas da doença. Se confirmado, este passa a ser o recorde diário de óbitos na cidade, que ultrapassa agora a marca de 110 desde que a pandemia começou. Participaram da reunião o prefeito Conrado Scheller, a secretária de Saúde Adriane Bertan e representantes de entidades da cidade e do Ministério Público.

Segundo o médico infectologista Wilson Liuti, Cambé vive o momento mais crítico da pandemia e não há uma tendência de queda no número de casos. “Nós acreditamos que os níveis elevados de casos diários da doença vão se manter nas próximas semanas. Não estamos vendo uma queda na curva de contaminação. A quantidade de testes sendo feitos é alta, além também da procura de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Se não restringirmos o contato, a tendência é que esse cenário permaneça”, explica o médico.

Liuti ainda ressalta que o relaxamento das medidas de prevenção pode ter contribuído para esse momento. “É natural que depois de um ano de pandemia as pessoas relaxem com os cuidados, ainda mais que janeiro é sempre um mês de férias. Nós acreditamos, principalmente, ser uma questão multifatorial, pois com esse afrouxamento dos cuidados e as novas variantes que estão aparecendo, tudo contribui para esse cenário”, pontua.

Adriane Bertan ressalta que nem um ano atrás, quando a pandemia começou, imaginaria passar por esse momento. “Nós não temos leitos nem de enfermaria e nem de UTI, tanto no SUS como privados. Eu peço que a população fique em casa, só saia se for necessário, pois outras situações podem acontecer, como acidentes de trânsitos, quedas e tudo isso contribui para a lotação dos hospitais”, esclarece a secretária de Saúde. Ela pontua que o objetivo é manter os leitos disponíveis para os pacientes infectados com o vírus. “Muitas pessoas falam na questão de ampliar leitos e hospitais, mas nós não temos recursos humanos disponíveis para operar. Os profissionais da saúde que temos hoje estão esgotados, cansados”, explica. Adriane Bertan ainda cita o lockdown como a alternativa para este momento: “nenhum governante quer acabar com a economia, tanto do município quanto do Estado, mas o que nós precisamos fazer agora é evitar aglomerações, evitar receber visitas, para que juntos consigamos vencer mais essa batalha”, finaliza a secretária de Saúde.

O prefeito Conrado Scheller mostrou preocupação com a situação. “Estamos em um momento muito complicado e precisamos da colaboração de todos para que não se agrave ainda mais. É hora de sermos responsáveis, de nos cuidarmos e cuidarmos do outro. Apenas a vacinação maciça é que vai fazer diminuir esses números. Por isso, a opção pelo lockdown como medida paliativa para evitar ainda mais contágio”, apontou o prefeito.

NCPMC

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