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Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), o Governo do Paraná lançou nesta quinta-feira (27) a campanha Quando Fumar Não Mata. O vídeo, divulgado nas redes sociais, conta a história do curitibano João Cândido, que teve as cordas vocais retiradas em decorrência de um câncer na laringe descoberto 14 anos após largar o cigarro. Assista AQUI o vídeo. 

“O efeito nocivo do cigarro é de conhecimento de todos. No entanto, ainda convivemos com um grande número de pessoas que têm dificuldade em deixar de fumar, apesar de saber dos riscos à saúde que o hábito traz”, diz o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Para ele, a campanha é um alerta para aqueles que ainda relutam em abandonar a dependência do cigarro. 

O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo – mais de 5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso do tabaco. Atualmente, são conhecidas 56 doenças relacionadas ao tabagismo. O Paraná foi pioneiro na luta contra o cigarro e há mais de 35 anos trabalha na criação de leis para proteger cidadãos que não fumam e em campanhas de conscientização sobre a dependência. 

PERSONAGEM – João Cândido fumou por mais de 20 anos e parou quando a primeira filha nasceu. Pai, marido e avô, hoje em dia, só consegue falar através de uma laringe eletrônica. Era esse o personagem que o criador da campanha, Tiago Stachon da agência OpusMúltipla, passou mais de dois meses buscando. 

“A ideia era criativa, mas precisávamos de um protagonista real, pois a aderência não seria a mesma se utilizássemos um ator. A gente entende que a comunicação também deve ser um serviço para a população. Por isso, nos empenhamos na realização deste vídeo”, comenta Stachon. A produção do filme ficou por conta da The Youth. 

O protagonista disponibilizou seu tempo e imagem para a campanha com a intenção de causar reflexão nas pessoas. “Sei que o cigarro traz algum tipo de recompensa emocional, mas gostaria que os fumantes parassem e refletissem se esse benefício efetivamente vale a pena”, explica Cândido. 

Ele complementa que não tenho a intenção de catequizar as pessoas. “Respeito a luta dos que buscam parar de fumar, pois sei o quanto é difícil, mas acho importante dizer que é muito possível”. 

POLÍTICAS PÚBLICAS – Até 2011, o custo do SUS atribuído ao tabagismo foi de R$ 21 bilhões, enquanto a indústria do tabaco arrecadou R$ 6,3 bilhões em impostos federais. Ou seja, se gasta 3,5 vezes mais em tratamentos de saúde do que é arrecadado com a venda de cigarros e outros produtos do tabaco no País. 

“Números como esse justificam a importância de investimentos em políticas públicas voltadas ao combate ao fumo. Esse trabalho vem sendo desenvolvido pelo Paraná há quase quatro décadas”, comenta Caputo Neto. 

O Programa Estadual Contra o Fumo da Secretaria de Estado de Saúde foi instituído oficialmente em 1979 e até hoje oferece serviços em busca da redução do cigarro no Estado. O cidadão que deseja parar de fumar pode buscar ajuda em Unidades Básicas de Saúde e receber tratamento gratuito pelo SUS, que inclui reuniões de grupo de apoio, consultas individuais e, quando necessário, medicamentos. Atualmente, 529 unidades de saúde oferecem o tratamento no Estado. 

LIVRO – A Secretaria da Saúde programou o lançamento do livro “35 anos de história de luta contra o tabagismo no Paraná” para o próximo mês. A publicação, de autoria do pneumologista da Secretaria Jonatas Reichert resgata toda a história do combate à dependência no Estado. 

“Quem fuma atualmente já conhece os malefícios dessa escolha. Há 40 anos havia uma ignorância por parte do consumidor, que só tinha acesso a publicidades que tratavam o cigarro como um produto de status”, diz Reichert. O destaque do Paraná nesse movimento contra o fumo é apresentado na obra com documentos e registros que influenciaram o desenvolvimento nacional dessa luta. 

O pneumologista conta que a ideia hoje é trabalhar com as novas gerações para que uma ensine a outra. Em 1989, 34,8% dos adultos nas capitais brasileiras eram fumantes. Esse número caiu para 11,3% em 2013. “Podemos atribuir essa redução à educação e às campanhas voltadas ao tema. Se as políticas públicas forem mantidas, ou até mesmo ampliadas, a tendência é que esse número reduza ainda mais”, explica Reichert. 

AEN
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