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Todo mundo sabe que depois de uma cirurgia é preciso comer bem para se recuperar. Mas isso vale também para todo tipo de recuperação, desde um ferimento importante até um simples corte no dedo. Não apenas remédios e curativos são necessários para garantir a cicatrização de lesões e feridas mas uma alimentação correta. Existe uma relação direta entre o fechamento de um corte ou a restauração de um tecido machucado com aquilo que se ingere. Proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídios e minerais são essenciais no processo de restauração celular e formação de novos tecidos.

De acordo com a professora Solange Neves, mestre em ciência alimentar do curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras Londrina, as proteínas são formadas por substâncias chamadas aminoácidos que compõem todos os tecidos do corpo humano; a proteína mais completa é aquela de origem animal. A ingestão de proteínas como as encontradas nas carnes, leite e derivados e ovos é importante para a cicatrização. Evitar carne de porco, de peixe ou ovos, por exemplo, após uma cirurgia ou qualquer ferimento, é um erro, a não ser que o paciente tenha algum tipo de alergia a esses alimentos. A professora Solange explica que a melhor fonte de proteína é o soro do leite, que contém todos os aminoácidos necessários para o processo de cicatrização (cisteína, arginina, glutamina e lisina) e é de fácil digestão. A proteína da soja contem também aminoácidos como arginina importante no processo de reconstrução tecidual. O colágeno é uma outra proteína importante para recuperação do tecido lesado. Todas essas proteínas podem auxiliar na reconstrução de qualquer tipo de lesão.

A deficiência de proteína, além de dificultar a cicatrização, prolonga a fase inflamatória, aumenta o risco de infecção e diminui a força tênsil da ferida, que é a capacidade de contração para unir os tecidos lesionados. A quantidade adequada de proteína a ser ingerida varia dependendo da situação (tipo de ferida), idade, peso e estado do paciente. A professora Solange alerta que o excesso de proteína pode causar problemas renais. “Conforme envelhecemos o fígado diminui a capacidade de sintetização de proteína; por isso os idosos têm a pele mais fina, perdem massa muscular e acumulam gordura”, explica.

Depois das proteínas, o alimento mais importante para a cicatrização de tecidos é o carboidrato. Ele é fonte de energia e as células usam essa energia para sintetizar o colágeno. “Quando retiramos o carboidrato as células passam a usar os aminoácidos para gerar energia, em vez de sintetizar colágeno. Isso prejudica a cicatrização”, ensina a professora.

Os lipídios do grupo Ômega 3 são importantes porque têm capacidade antioxidante e anti-inflamatória, combatendo os radicais livres que matam as células. As vitaminas e os sais minerais ajudam na síntese do colágeno. As mais importantes são as vitaminas C, A e E; o zinco, o cobre, o ferro , o cálcio e o selênio.

A professora Solange recomenda uma alimentação balanceada, ou seja, comer todos os tipos e grupos de alimentos: “A desnutrição ou mal nutrição é fator de risco para o desenvolvimento de feridas”, enfatiza. Ela lembra que dietas muito restritivas ou de baixa caloria também são perigosas: “Pessoas que estão muito abaixo do peso têm mais chances de desenvolver úlceras e feridas”.

A influência da alimentação no processo da cicatrização foi o tema da palestra da professora Solange Neves na Semana de Enfermagem Pitágoras Londrina, realizada de 18 a 22 de maio.

Phoenix Finardi/Asimp

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