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Curitiba é palco nesta semana de discussões sobre os avanços e desafios que são enfrentados nas infecções sexualmente transmissíveis (IST). A capital paranaense recebe o 11º Congresso de HIV/Aids e o 4º Congresso de Hepatites Virais (HepAids 2017). Os eventos, organizados pelo Ministério da Saúde, com apoio do Governo do Estado, têm como objetivo estimular o debate para gerar o desenvolvimento de estratégias de controle, tratamento e prevenção.

Cerca de 4 mil pessoas participam do evento, entre comunidade científica, sociedade civil, pessoas que vivem com HIV e hepatites virais, profissionais de saúde e gestores. Este ano, o tema do Congresso é a Prevenção Combinada: multiplicando escolhas. A estratégia reúne diferentes alternativas para o enfrentamento das questões relacionadas à HIV/Aids a fim de obter maior eficácia. O congresso segue até a sexta-feira (29).

“O Paraná tem sido pioneiro no tratamento de Aids e na aplicação de testes rápidos para detectar o vírus HIV. Nossa meta é diminuir ao máximo os números de casos e da transmissão vertical (de mãe para o filho durante a gestação) através de políticas públicas como o Mãe Paranaense”, salientou o diretor geral da Secretaria de Estado da Saúde, Sezifredo Paz.

Dados epidemiológicos e pesquisas de comportamento apontam que a juventude não tem feito uso da camisinha em todas as atividades sexuais – é nessa faixa etária que estão os maiores números de infecção pelo HIV/Aids.

No Paraná, HIV e Aids tomaram rumos diferentes com o decorrer do tempo. A partir de 2013 o Estado viu uma diminuição nos números de pessoas com Aids. Isso se deve, entre outros fatores, à liberação de tratamento com agentes retrovirais para qualquer portador do vírus. Em 2013 foram registrados 1677 novos casos, enquanto em 2016 foram diagnosticados 1202 casos.

“Na questão epidemiológica, vários desafios são propostos. No país, há cada vez mais pessoas iniciando o tratamento, o qual já é feito com drogas que causam baixos efeitos colaterais. Isso é fundamental para que estas pessoas passem a ter carga viral indetectável, ou seja, deixem de transmitir o vírus”, afirmou a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken.

Já o número de pessoas com HIV vem aumentando nos últimos anos. Uma das explicações é a facilidade de acesso aos testes e a obrigatoriedade das notificações desde junho de 2014. No Paraná foram 1490 casos em 2013 e 2631 em 2016.

“Além das populações mais vulneráveis, o HIV hoje em dia se concentra muito entre adolescentes e jovens. Nos últimos dez anos, a taxa de detecção entre jovens triplicou, o que gera muita preocupação. É importante que existam cada vez mais estratégias para fortalecer as repostas nacionais, estaduais e municipais que gerem o enfrentamento desta doença”, enfatizou o especialista de HIV/Aids da UNICEF no Brasil, Caio Oliveira.

VULNERABILIDADE – No começo deste ano, a pesquisa ‘Viva Melhor Sabendo’, do Ministério da Saúde, comparou o número de casos de HIV/Aids nas diferentes populações e constatou que, além dos jovens entre 15 e 24 anos, existem números elevados de pessoas em vulnerabilidade social.

“As últimas pesquisas mostraram que a população que mais se infecta com o vírus HIV são os trans. O número é três vezes maior do que as demais populações. Um dos motivos é a exclusão social, pois muitas vezes os trans não conseguem empregos devido ao preconceito e encontram na prostituição a única forma de ganhar a vida”, enfatizou a presidente da Rede Nacional de Pessoas Trans e conselheira nacional de Saúde, Tatiane Araújo.

Outro ponto importante levantado é o baixo índice de uso de preservativos, tanto masculinos quanto femininos, especialmente por estas populações. A fundadora da Rede Brasileira de Prostitutas e coordenadora geral do Grupo de Mulheres Prostitutas do Pará, Lourdes Barreto, sdestaca que o não uso do preservativo, especialmente do masculino, é algo cultural.

“Algumas pessoas têm a necessidade de expressar sua sexualidade de forma mais intensa e, nestas horas, ignoram o uso de preservativos. Conscientizar as pessoas de que usar camisinha é extremamente importante é uma luta constante”, afirmou Lourdes.

ESTANDE – A Secretaria de Estado da Saúde mantém um estande no congresso para distribuir materiais educativos e atender os participantes sobre os programas desenvolvidos no Estado. Cerca de 100 profissionais de saúde do Paraná participam das oficinas e cursos. Nesta quinta-feira (28), às 14h30, a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, participa do debate sobre Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes Infectados e não-infectados pelo HIV.

AEN

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