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A transmissão entre os brasileiros pode ter começado após Copa do Mundo

O mosquito Aedes Aegypti, considerado um problema de saúde pública no Brasil e conhecido por transmitir doenças como a dengue, febre amarela e chikungunya, agora também preocupa os brasileiros por ser o principal transmissor do zika vírus, doença associada a casos de microcefalia em bebês. Apesar de toda informação que já circula sobre o vírus, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como essa doença chegou ao Brasil, e principalmente, como o famoso mosquito da dengue virou seu transmissor.

Segundo a professora da Unopar, doutoranda e mestre em Zoonoses e Saúde Pública, e especialista em Medicina Veterinária Preventiva, Renata Cristina Ferreira Dias, o vírus sempre teve o Aedes Aegypti como principal condutor, porque entra na classificação de zoonoses, doenças que podem ser transmitidas entre os animais e o homem. “Ele não se tornou transmissor do zika, o correto é dizer que ele sempre foi. Nós não tínhamos a incidência da doença no país antes”, explica.

Para ela, a doença que é mais comum em regiões da África, onde surgiu, e também na Ásia, pode ter chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo de 2014, quando houve trânsito intenso de turistas no país. “Possivelmente, o mosquito teve acesso a alguém infectado, e a partir daí começou a transmitir a doença para outras pessoas”, conta. De acordo com ela, o Aedes Aegypti também surgiu no continente africano, mas se adaptou facilmente ao Brasil por conta do clima tropical propício para sua dispersão.

Como o mosquito está presente em todas as regiões brasileiras, o zika pode chegar a estados fora do nordeste, onde atualmente sua concentração é maior. No Paraná já foram identificados dois casos e seis aguardam confirmação. Na avaliação da especialista, as Olimpíadas em 2016 tendem a aumentar a disseminação da doença. “Se não houver um controle para identificar essa e outras doenças previamente na chegada de turistas ao país, nós teremos problemas maiores”, acredita.

Além do surto de microcefalia, indícios apontam que o zika também seja responsável pelo aumento de casos da Síndrome de Guillain-Barré no nordeste. “É uma doença rara em que o sistema nervoso é atingido. Ela apresenta como sintoma uma fraqueza muscular progressiva e ascendente, e pode causar sensação de formigamento ou até desequilíbrio. Em casos graves pode ocorrer insuficiência respiratória, arritmias e picos hipertensivos”, esclarece a professora, ressaltando que o alerta sobre o zika vírus não deve se restringir para gestantes.

“Como não existe vacina contra dengue, zika e chikungunya, são necessárias medidas preventivas e químicas contra o Aedes Aegypti”, afirma Renata. Ela explica que o poder público deve atuar no controle químico dos ambientes, que precisa ser feito com cautela para não estimular a resistência dos mosquitos, e lembra que a população deve fazer sua parte inspecionando suas próprias casas em busca de locais que favoreçam a proliferação de larvas, como vasos de plantas, pneus, vasilhames, calhas de chuva, entre outros. Para evitar picadas, ela recomenda que todos, principalmente, mulheres grávidas, façam uso frequente e seguro de repelentes.

Principais sintomas do Zika Vírus

Os sintomas mais comuns são lesões com pontos vermelhos e brancos, febre baixa, dores em articulações, dores musculares, dor de cabeça e conjuntivite não purulenta (pus) e sem prurido (coceira), dor de garganta, tosse e vômito. Geralmente, todos os sintomas desaparecem espontaneamente entre 3 a 7 dias.

Phoenix Finardi Martins/Asimp/Unopar

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