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A partir da próxima segunda-feira (18) o Hospital Universitário (HU) vai restringir o atendimento no Pronto Socorro, que passará a atender somente casos considerados de alta complexidade, encaminhados pelo SAMU, SIATE e Central de Regulação. Outra medida atingirá a Central de Tratamento de Queimados (CTQ), que deixará de atender novos pacientes a partir desta segunda. Com esta medida, a equipe multidisciplinar do CTQ, formada por 85 médicos, enfermeiros e demais servidores das áreas de saúde e de apoio serão redistribuídos em razão da falta de reposição de servidores no hospital.

As medidas foram anunciadas nesta manhã desta sexta-feira (15) pela reitora Berenice Quinzani Jordão e pela diretora superintendente do HU, Beth Ursi, em entrevista concedida no saguão do Hospital.

A reitora explicou que o equacionamento dos serviços busca preservar a qualidade do atendimento dos pacientes, uma vez que o HU é um hospital terciário, que atende a casos de alta complexidade. O hospital tem hoje 344 vagas de servidores em aberto, o que representa aproximadamente 15% do quadro funcional. Pelo menos oito servidores se aposentam por mês. Ela acredita que esta restrição deverá ser temporária, até que ocorra uma reposição emergencial do quadro, agravado por aposentadorias e pela falta de uma política para a substituição contínua. Segundo a reitora, existem hoje 195 servidores concursados da UEL aguardando nomeação, dos quais 92 são para suprir a demanda do HU. Estes servidores passaram por todas as etapas do edital de concurso público e aguardam somente a nomeação por parte do governador do estado.

"No entanto precisamos que todos os processos de contratação tenham prosseguimento", afirmou Berenice Jordão, lembrando que a Universidade completará 45 anos e com isso um número elevado de servidores buscam suas aposentadorias, sem que ocorra uma reposição na mesma velocidade. De acordo com a reitora, como as substituições não acontecem na proporção em que as aposentadorias são concedidas, estão ocorrendo problemas no atendimento do hospital, que demandam equipes multidisciplinares e serviços especializados. "Com este desfalque, os servidores estão se desdobrando para cobrir especialidades, o que pode prejudicar a qualidade do atendimento".

De acordo com a reitora, o problema da falta de reposição vem sendo amplamente discutido há quase dois anos com a sociedade e comunicado a todas as esferas de governo. Ela lembrou que no mês passado foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa (ALEP), convocada pelas comissões de Saúde Pública e de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para discutir a reposição de servidores nos hospitais universitários paranaenses. Segundo ela, o assunto vem sendo tratado com o governo estadual desde 2014. Ainda de acordo com a reitora, a restrição no atendimento também já foi comunicada para a Prefeitura de Londrina, Câmara de Vereadores e Ministério Público.

Encaminhamento - A diretora superintendente do HU, Beth Ursi, reforçou que todas as esferas da gestão da área de saúde, que incluem a Secretaria Municipal, a 17ª Regional e o Conselho de Saúde, assim como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), foram notificadas pela administração da UEL desta decisão em 8 de abril último.

Segundo a superintendente do HU, os pacientes do Pronto Socorro deverão procurar serviços como Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Pronto Atendimento Infantil, Maternidade Municipal de Londrina ou as unidades próximas às residências. Para isso, foi produzido material de orientação (panfletos e comunicados) que está sendo distribuído a partir desta sexta-feira para aos usuários, informando quais são e onde ficam estas unidades que oferecem atendimento.

No caso do CTQ, a partir de segunda-feira não haverá mais novos internamentos. Os 16 pacientes internados na unidade continuarão sendo tratados normalmente. Os novos casos deverão ser encaminhados à Curitiba, pela Central de Regulação. Beth Ursi informou também que um novo CTQ está para ser inaugurado nos próximos dias em Cascavel, no oeste do estado.

Sobre a demanda emergencial do Pronto Socorro, a diretora explicou que 60% do movimento registrado diariamente representam procura direta. E segundo ela, quase a totalidade destes casos (98%) são de pacientes com problemas considerados de pequena e média complexidade, que não encontram vagas na rede pública municipal de saúde e acabam procurando espontaneamente o HU. Beth Ursi entende que a finalidade do HU é dar conta da demanda especializada, o atendimento referenciado para a alta complexidade.

Quanto ao fechamento para novas internações no CTQ, que tem 16 leitos e equipe de 85 servidores altamente especializados, ela explica que as queimaduras, embora constituam casos de alta complexidade, representam casos menos recorrentes que os traumas e problemas cardiológicos, por exemplo. Dessa forma, a partir de segunda, a equipe do CTQ será remanejada para dar suporte às demais unidades que se encontram com os serviços estrangulados. "Assim poderemos garantir a segurança dos servidores e dos pacientes", definiu a diretora.

Embora seja um hospital escola, o HU/UEL é considerado o maior prestador de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS) do interior do Paraná. Ao todo são 1.760 servidores técnico administrativos que atendem ao lado de 369 professores do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e 342 residentes das áreas de saúde. No ano passado foram realizadas mais de 30 mil consultas somente no Pronto Socorro, com cerca de 11 mil internações. O hospital tem hoje 301 leitos, 115 salas para consulta e sete salas cirúrgicas. 

Agência UEL

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