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No último domingo do mês de janeiro, dia 25, comemora-se o “Dia Mundial de Combate à Hanseníase”, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo é conscientizar a população e reafirmar o compromisso de luta contra a doença nos países endêmicos.

Para celebrar a data, esta semana a Secretaria Municipal de Saúde de Ibiporã está intensificando a abordagem aos pacientes que estão procurando as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), detectando sinais da doença, como manchas pelo corpo e diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil.  “Todos os nossos profissionais da rede básica de saúde estão capacitados para identificar os sinais e sintomas da hanseníase. Caso haja alguma suspeita, o paciente é encaminhado para consulta com o dermatologista que realizará exame clínico mais detalhado e, caso necessário, solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica”, explica a coordenadora da Atenção Primária, Maria Vitalina Lucas Crivelli.  O objetivo da iniciativa também é esclarecer a população sobre a doença, além de desmistificar o estigma que cerca a hanseníase.

A doença

A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária.

De acordo com o dermatologista do Centro de Referência de Especialidades Médicas de Ibiporã (Cremi), Rafael Garani, a doença atinge basicamente a pele e os nervos. Os sintomas são manchas espalhadas pela pele. "Ao atingir a pele, a hanseníase se manifesta com manchas de distintas formas. Quando os nervos são atacados, as alterações são diversas como perda de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil", esclarece. "É comum alguns pacientes não sentirem quando entram em contato com algum objeto quente e se queimam, porque a área está 'anestesiada', eles só enxergam a consequência da queimadura quando bolhas aparecem na pele", pontua Garani.

A transmissão ocorre por pessoas que são portadoras da doença na forma transmissível (multibacilar) por meio da via aérea, através da tosse, secreções nasais e espirros (contato íntimo e prolongado). Entretanto, a doença é classificada em duas formas distintas e os pacientes diagnosticados com a hanseníase paucibacilar não transmitem a doença.

Mesmo infectada, a pessoa pode não apresentar os sintomas da doença, porque há um período de latência, no qual o bacilo pode demorar anos para se desenvolver.  "Uma variedade de mudanças no sistema nervoso periférico acontece e o paciente pode apresentar mão em garra, pé caído que leva ao distúrbio da marcha, perfuração na planta do pé e distúrbio ocular", explica. As alterações do sistema nervoso periférico podem evoluir até um grau crônico comprometendo o dia-a-dia do paciente que abandona o tratamento.

Tratamento

A poliquimioterapia (PQT), uma associação de medicamentos que evita a resistência do bacilo deve ser administrado por seis meses ou um ano a depender do caso. Os pacientes deverão ser submetidos, além do exame dermatológico, a uma avaliação neurológica simplificada e sempre receber alta por cura.

Segundo Garani, após o inicio do tratamento, que é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente para de transmitir a doença, porém se abandona o procedimento no meio, continua com a doença que pode evoluir internamente gerando sequelas nos nervos. A Administração Municipal, por meio do Programa Saúde da Família (PSF), na figura do agente comunitário, faz busca ativa aos pacientes que se afastam do tratamento, chamando-os a reiniciá-lo com o médico especialista.

O dermatologista alerta que assim que o paciente for diagnosticado com a doença, as pessoas que moraram com ele nos últimos cinco anos devem procurar a UBS mais próxima, fazer os exames e tomar a vacina BCG, a mesma que é aplicada em recém nascidos.

Taxa de cura

Nos últimos 10 anos, a taxa de cura da doença no país aumentou 21,2%. Em 2003, 69,3% das pessoas que faziam tratamento para hanseníase se curaram. Já em 2014, esse número saltou para 84%.

Em 2014, o Brasil registrou 31.004 casos da doença, sendo 2.439 em menores de 15 anos. No mesmo ano, o Paraná detectou 557 casos, sendo oito em menores de 15 anos. Atualmente, o Paraná apresenta uma taxa de prevalência da doença de 0,9 por 10 mil habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como meta para eliminação da hanseníase menos de 1 caso por 10 mil habitantes. A taxa do Brasil é de 1,7 por 10 mil. Conforme o Ministério da Saúde, o Paraná é o estado brasileiro que oferece a melhor identificação de contactantes de hanseníase.

Núcleo de Comunicação Social – PMI

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