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O médico infectologista Philipe Bellinati relatou a sua experiência como profissional durante mais de um ano atuando na linha de frente contra a Covid-19

O prefeito Marcelo Belinati recebeu, em seu gabinete, no último domingo (4), o médico infectologista Philipe Bellinati, na live realizada semanalmente, onde ele relatou a sua experiência como profissional durante mais de um ano atuando na linha de frente contra a Covid-19. Ele é plantonista das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Covid do Hospital Universitário (HU) e do Hospital Evangélico, professor de infectologia do HU e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Evangélico.

Além de sua atuação como médico plantonista, Philipe Bellinati também contou um pouco da experiência que viveu ao contrair a Covid-19, em dezembro deste ano, chegando a ser entubado e ter 80% do pulmão comprometido. “Foi um momento bastante difícil, fiquei 10 dias entubado, mas tudo deu certo no final. Eu já tinha uma visão humanizada da medicina, pois aprendemos sobre isso na universidade, mas depois disto passei a ter uma visão ainda mais humanizada dos pacientes e familiares, dando mais apoio emocional a eles”, contou, durante a transmissão.

Philipe Bellinati informou que o perfil dos pacientes internados no começo da pandemia para agora, mudou. “No ano passados recebíamos mais pacientes idosos internados ou com comorbidades, acima de 50 anos, muitos na faixa de 70 a 80 anos. Do final do ano até o momento, percebemos cada vez mais jovens sendo entubados. Pessoas de 18, 22, 34 anos entubadas. O padrão agora é de 20 a 40, 50 anos”, afirmou.

Ele também relatou como está a rotina dos médicos e dos outros profissionais da saúde, que estão na linha de frente. Segundo ele, todos estão sobrecarregados, pois muitos trabalham em diversos locais para atender a demanda por atendimento que aumentou. “Muitos ficam sem ver a família, ficam angustiados, as vezes apresentam sintomas depressivos. Perder pacientes e colegas de trabalho, para esta doença, afeta o emocional destes profissionais”, apontou.

O médico alertou sobre a importância de buscar atendimento médico rápido, ao constatar os sintomas da Covid-19, como coriza, tosse, febre ou outro sintoma gripal. “É importante fazer o teste para detectar se a pessoa está realmente com Covid, fazer o acompanhamento médico e procurar assistência à saúde se os sintomas piorarem. Se o paciente estiver com falta de ar, cansaço ao fazer atividades simples, como tomar banho, febre alta ou febre que não cede, é necessário procurar o hospital. Percebemos que o maior problema, entre os jovens, é que eles demoram para ir até o hospital e isso dificulta muito o tratamento”, frisou.

O infectologista disse, ainda, que já é possível perceber, na prática, que a vacinação contra a Covid-19 está surtindo efeito positivo. “Os idosos praticamente não estão sendo internados, quem está sendo internado agora são os pacientes mais novos, que não foram vacinados ainda. Os pacientes vacinados praticamente não estão sendo internados mais”, garantiu.

Por fim, Philipe Bellinati ressaltou que, apesar das medidas de flexibilização, a população deve continuar com a prática adquirida, ao longo de mais de um ano, de usar máscara facial, álcool a 70%, e evitar festas e aglomerações, pois boa parte da população ainda não está vacinada.

O prefeito Marcelo Belinati agradeceu a presença do médico e manifestou gratidão a todos os trabalhadores da área da saúde que tem se dedicado, incansavelmente, na luta contra a doença. Ele levou a camiseta com as hastags #videochamadashospitalares #precisodizerqueteamo em alusão a campanha que defende as videochamadas entre pacientes internados com Covid-19 e seus familiares.

Dados

Após a explanação do relato do médico infectologista, o prefeito Marcelo Belinati e o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, apresentaram as informações oficiais da pandemia em Londrina e no Estado. “Alguns indicadores importantes apontam uma tendência de queda na pandemia, mas ainda é necessário manter todos os cuidados”, apontou o secretário Machado.

Ocupação de leitos

No momento há uma ocupação de leitos de UTI de 90%, em todo o estado, somando todas as regiões. Na Macro Leste, região de Curitiba, a ocupação é de 89%; a Macro Oeste, região de Cascavel, registra 96% de ocupação; a Macro Noroeste, região de Maringá, 90%; e a Macro Norte, região de Londrina, a menor ocupação do Estado, de 84%.

Houve uma redução importante no número de pacientes aguardando leitos. No momento há 17 pacientes esperando leitos na região de Londrina, 19 na região de Maringá, 30 na de cascavel e 60 na região de Curitiba. No total há 126 pessoas no Estado esperando por um leito. “Há quatro semanas atrás havia 1.300 pessoas esperando por um leito. Agora, graças a Deus, este número está caindo, por conta da vacinação”, lembrou o prefeito.

Média Móvel

Há 14 dias a média móvel era de 266 casos novos por dia. Agora, a média caiu para 213, uma redução de 20% nos últimos 14 dias.

Índice de transmissão – O R0, indicador que mede a velocidade da pandemia, também apresenta uma tendência de queda, observada nas últimas três semanas. Há dois domingos o índice era de 1,21, em seguida caiu para 1,12 e nesta última semana para 1,05. Significa que cada grupo de 100 pessoas, contamina outras 105. Quando este índice está abaixo de 1, demonstra uma desaceleração da pandemia e, acima de 1, que está em aceleração. “Se essa tendência se manter, provavelmente no próximo domingo tenhamos o número abaixo de 1”, estimou o secretário.

Casos positivos

Sobre os casos positivos por mês, junho é mês com maior número de casos de toda a pandemia, contabilizando 8.838 casos, em especial por conta das duas primeiras semanas do ano, ultrapassando o mês de janeiro, que agora passa a ser o segundo mês com maior número de casos, com 8.688, seguido por março, com 8.125 casos. Estão sendo registrados 175 novos casos por dia, aproximadamente, de pessoas que adoecem por conta da Covid-19.

Óbitos

Também foi apresentado, na transmissão ao vivo, o quadro de casos e de óbitos por faixa etária, de todo acumulado da pandemia, em Londrina. Entre pessoas com 0 a 9 anos foram 1.912 casos confirmados (2,84% dos casos) e nenhum óbito; de 10 a 19 anos, 4.765 casos (7,07% dos casos) e um óbito, que corresponde a 0,06% dos óbitos; de 20 a 39 anos, 27.894 casos (41,39% dos casos) e 88 óbitos (5,06% dos óbitos); de 40 a 59 anos, 22.914 casos confirmados (34% dos casos) e 403 óbitos (23,19% das mortes); mais de 60 anos, foram 9.908 casos (14,70% dos casos) e 1.246 mortes (71,69% dos óbitos).

“Observamos que, de 20 a 59 anos, cada vez é maior o número de pessoas contaminadas, em especial por causa da faixa de 20 a 39 anos, que tem subido, pois são pessoas que ainda não se vacinaram. E cada vez é menor o número de óbitos em pessoas com mais de 60, pois a grande maioria já tomou as duas doses da vacina”, observou Machado.

Boletim

O boletim do último domingo (4), apontou 181 novos casos confirmados de coronavírus no dia, com um acumulado de 67.393 casos, desde o início da pandemia. Houve, neste dia, 18 novos casos curados, de um acumulado de 64.650. Ontem não foi registrado nenhum óbitos. O acumulado de óbitos, desde o início da pandemia, é de 1.738.   

Ocupação de leitos

Durante a live foi exibida, ainda, a taxa de ocupação de leitos do município. A ocupação de leitos de enfermaria, entre os do SUS e do sistema privado, é de 52%, e da UTI geral é de 84%. Dos 339 leitos de UTI disponíveis em Londrina para adultos, 284 encontram-se ocupados. Já a ocupação da UTI pediátrica é de 72%, ou seja, dos 71 leitos disponíveis, 51 estão ocupados neste momento.

Com relação os leitos do SUS, exclusivos para covid-19, dos 196 leitos disponíveis de enfermaria, 101 estão ocupados (52%), menor ocupação do ano. Já a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 89%, ou seja, dos 146 leitos disponibilizados, 130 estão ocupados. Sobre as UTIs pediátricas dos SUS, dos 14 leitos existentes, um está ocupado neste momento (7% de ocupação).

Vacinação

Com relação ao número de pessoas vacinadas em Londrina, o município registra 234.823 pessoas vacinadas com a primeira dose, das quais 87.424 também receberam a segunda dose. Somente na última semana foram vacinados mais de 30 mil londrinenses. “Londrina é uma das cidades mais avançadas na vacinação. Estamos dando exemplo de como vacinar, sem filas, sem aglomeração, com sistema informatizado”, finalizou o prefeito Marcelo Belinati.

NCPML

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