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Urologista do GNDI Sul explica as formas de detectar o câncer de próstata e benefícios da conscientização; o paciente Nelson de Mello está na estatística de quem sobreviveu entre 15 mil homens que morreram no último ano, segundo o INCA

O câncer de próstata é o tumor mais comum nos homens, com 29% dos casos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 foram mais de 65 mil diagnósticos novos de câncer de próstata no Brasil. Por trás dos números, histórias de superação mostram que a prevenção é a arma contra esta doença. O coordenador técnico de telecomunicações, Nelson Lucas de Mello, de 59 anos, conta que ficou surpreso com o diagnóstico porque sempre fez exames de rotina. "Minha primeira reação foi a surpresa. No meu caso, havia um risco de o tumor ultrapassar a região da próstata e ir para outros órgãos. É uma situação muito preocupante. Então, a partir daí eu já comecei a tomar as providências para poder tratar o quanto antes", diz.

Coincidentemente, no mesmo período, Nelson conversou com uma conhecida, e o marido dela, que passou pelo mesmo caso, havia operado com o urologista do GNDI Sul e especialista em cirurgia robótica, Dr. Ricardo Brandina, no Hospital do Coração, em Londrina. "Eu fiquei sabendo que essa técnica com robô tinha a recuperação mais rápida e para o meu tratamento, devido ao diagnóstico, além da minha idade e a situação que estava o tumor, era a melhor forma de fazer a retirada".

Depois de uma cirurgia de sucesso e muito apoio da esposa durante a recuperação, Nelson segue fazendo acompanhamento periódico e explica que ter descoberto o tumor o quanto antes foi o que tornou possível a recuperação sem nenhuma sequela. "Esse receio entre os homens de fazer o exame é muito ruim. O médico percebeu o meu câncer graças ao fato de eu sempre fazer o exame de toque, pois no exame de sangue a alteração havia sido muito sútil. Isso foi essencial para o meu caso, pois em setembro eu descobri e em novembro já fiz a cirurgia. São apenas dois meses e, nesse período, teve um crescimento do tumor de mais de 1,5 cm" explicou Nelson.

Por isso, ele reforça a importância de estar atento e faz um apelo para que os homens não precisem passar por isso, ou ver alguém passar, para se cuidar. "Depois que aconteceu comigo, muitas outras pessoas próximas, como familiares e amigos, se preocuparam e foram ao médico fazer exames. Então, quando vemos de perto, a gente toma outras atitudes. É uma situação que pode acontecer muito facilmente, tem uma incidência grande, mas também tem um percentual de cura alto. E, talvez, isso apague um pouco essa insegurança que alguns homens têm de fazer os exames".

Avanços no diagnóstico

Os procedimentos mais falados para a prevenção do câncer de próstata são o toque retal e PSA (exame de sangue). "Além dos já conhecidos, hoje em dia, a gente dispõe de alguns exames que facilitam o diagnóstico, como a ressonância magnética com uma técnica específica para a próstata. Assim, é possível detectar essas suspeitas com maior precisão", explica o Dr. Ricardo Brandina, médico que atua no Hospital do Coração, em Londrina.

Para as biópsias, por exemplo, as técnicas também seguem em constante evolução. Uma das mais modernas é a conhecida como "Biópsia Prostática de Fusão". O método convencional é feito por um ultrassom transretal; já a de Fusão combina a imagem da ressonância com a do ultrassom ao vivo. "A precisão que esta orientação traz para a coleta é notável, a gente consegue mirar a agulha direto no nódulo suspeito, o que torna a técnica superior à biópsia clássica" conta.

Conscientização é o melhor tratamento

Quando o assunto é tratamento, o Dr. Brandina afirma que a medicina tem melhorado cada vez mais no sentido de evitar efeitos colaterais. "O maior medo do paciente na hora de tratar o câncer de próstata é, principalmente, a incontinência urinária e a disfunção erétil. Mas, agora, nós temos diversas formas de tratamento e, através de algumas informações, conseguimos avaliar o risco do caso e classificar como baixo, médio ou alto, para assim, sugerir a melhor solução".

O medo de sequelas e o tabu acerca dos exames para diagnóstico existem, porém o Urologista alerta que o melhor tratamento é o diagnóstico precoce. "No consultório, hoje, a gente vê os pacientes procurando cada vez mais. Inclusive, as esposas ajudam muito levando os maridos. Mas reforço que precisamos da conscientização, afinal, quanto mais cedo encontrarmos, maior a chance de cura".

Cintia Beck/Asimp

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