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Instituto de Biologia Molecular do Paraná produz insumos para testes moleculares para detecção precoce dos vírus da Aids e hepatites B e C no sangue doado à hemorrede brasileira. Mais de 10 milhões de bolsas de sangue já foram testadas.

O Brasil é o país da América Latina que coleta o maior volume de sangue, totalizando, em média, 3,5 milhões de bolsas por ano. Os dados do Ministério da Saúde revelam um desafio diário: garantir a qualidade transfusional na hemorrede brasileira. Este tem sido o principal compromisso do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), que em 2016 completa 15 anos de atuação. Com sede no campus do Tecpar, em Curitiba, o IBMP é responsável, desde 2010, pela produção do módulo de amplificação do Kit NAT, distribuído por Bio-Manguinhos/Fiocruz para os hemocentros de todo o país. Mais de 10 milhões de bolsas de sangue já foram testadas com esta tecnologia, capaz de identificar os vírus da Aids, da Hepatite B e da Hepatite C. Um panorama da tecnologia NAT e da atuação do IBMP será apresentado no dia 18 de abril, segunda-feira, a partir das 10h, no Museu Oscar Niemeyer (MON), na capital paranaense, em um evento aberto à imprensa.

Do inglês Nucleic Acid Amplification Test, o Kit NAT, como é chamado no Brasil, é um teste de ácidos nucleicos que identifica o material genético de vírus possivelmente presentes no sangue. A tecnologia, preconizada pelo Ministério da Saúde para a testagem de sangue em hemocentros públicos e privados, reduz o período de janela imunológica - intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus e a produção de anticorpos pelo organismo. “O Kit NAT identifica o material genético dos vírus e não os anticorpos dos portadores, como ocorre em outros exames. Com isso, a janela imunológica para detecção de HIV, HCV e HBV cai, respectivamente, de 28, 70 e 30 dias para apenas 12 dias. Desta forma, este teste  é fundamental para aumentar a segurança da hemorrede brasileira”, explica o diretor do IBMP, o pesquisador Marco Aurélio Krieger.

Pioneiro no Brasil, o produto é resultado de uma encomenda feita em 2009 pelo Ministério da Saúde à Fiocruz. Até então, apenas dois laboratórios internacionais ofereciam a tecnologia, a preços altos. “Além de ser, do ponto de vista científico, a melhor opção para testagem de sangue, o Kit NAT custa de três a quatro vezes menos que os produtos similares comercializados por empresas privadas multinacionais. Portanto, a produção nacional desta tecnologia é estratégica para garantir a sustentabilidade econômica do sistema de saúde brasileiro”, informa Krieger. Atualmente, o Kit NAT é utilizado em países da Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Japão. No Brasil, a tecnologia já é disponível para toda a hemorrede pública.

Inovação e pesquisa em prol da saúde pública brasileira

Além de atuar na produção do módulo de amplificação do Kit NAT, o IBMP é, hoje, referência internacional em Biotecnologia e Biologia Molecular e trabalha em parceria com órgãos como o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) e o FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos. Com 120 colaboradores altamente qualificados, o Instituto está à frente de projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico que buscam atender às principais demandas de saúde do Brasil. As iniciativas, que já registram resultados promissores, serão apresentadas durante o seminário “Desafios e Oportunidades para Desenvolvimento e Inovação em Saúde no Brasil. As contribuições do IBMP no campo das Biotecnologias”, que acontece dia 18 de abril, segunda-feira, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.

Principais projetos em desenvolvimento

Diagnóstico para Septicemia

Responsável por gerar custos elevados aos setores hospitalares público e privado, devido à necessidade de um longo período de internação do paciente, a sepse – processo infeccioso generalizado – é considerada um desafio para a saúde pública brasileira. O IBMP trabalha no desenvolvimento de um método diagnóstico molecular que contempla uma diversidade de marcadores presentes em grande parte dos patógenos responsáveis pela infecção. O objetivo é a rápida identificação desses agentes para orientar de forma eficaz o tratamento, utilizar os antibióticos mais adequados e reduzir a taxa de mortalidade, o tempo de internação e os altos custos envolvidos.

Diagnóstico e Tratamento de Câncer

Caracterizar tumores cancerígenos não só por sua localização ou fenótipo, mas também por suas características moleculares. Este é o objetivo de um projeto desenvolvido pelo IBMP que investiga amostras de pacientes portadores de diferentes tipos de câncer. O trabalho busca realizar um mapeamento genético de tipos tumorais com maior incidência na população brasileira, para contribuir no diagnóstico individual, ajudando os oncologistas na escolha da terapia mais adequada para cada paciente, potencializando a eficácia do tratamento.

Diagnóstico de Doenças Tropicais e Negligenciadas

Iniciado em 2011, o projeto visa desenvolver uma plataforma tecnológica para diagnóstico de doenças tropicais no ponto de atendimento. A doença de Chagas foi a doença selecionada como modelo para o desenvolvimento desta plataforma diagnóstica. A iniciativa, liderada pelo IBMP, é fruto de uma parceria com instituições de pesquisa europeias – sediadas em países como Alemanha, França, Portugal e Finlândia – e brasileiras.

Kit diagnóstico para monitoramento materno-infantil

Com base em uma plataforma multiteste, o IBMP trabalha no desenvolvimento de um dispositivo para detecção e monitoramento de doenças relevantes em gestantes durante o acompanhamento pré-natal. A tecnologia é capaz de detectar diversas doenças – como Aids, hepatite B e C, rubéola, sífilis, doença de Chagas e toxoplasmose – com apenas uma amostra de sangue. O teste estará disponível em duas versões: uma que permite a realização do diagnóstico de forma rápida e simples em ambulatórios e outros locais de atendimento e outra automatizada, direcionada a centros de saúde, capaz de processar diversas amostras simultaneamente.

Asimps/IBMP

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