Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Do ensino ao aperfeiçoamento e à aplicação. A equipe da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que estuda ações para o controle de insetos com foco na saúde pública é um bom exemplo de como a universidade agrega pesquisa e extensão ao ensino. Dos professores pioneiros, José Lopes e Olivia Arantes, responsáveis por implantar o projeto de pesquisa no Centro de Ciências Biológicas (CCB) na década de 1990, aos atuais programas, muitas teses foram desenvolvidas na área de controle biológico. Hoje, a UEL é referência, por exemplo, na pesquisa e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, chikungunya e zika.

A equipe especializada no controle de insetos com foco na saúde pública atualmente é composta pelos professores João Zequi, Laurival Antônio Vilas Boas e Gislayne Trindade Vilas Boas, além de sete alunos de graduação, oito de pós-graduação e um de pós-doutorado. O grupo é responsável pela manutenção de dois projetos de extensão que exemplificam a melhor forma de controle do Aedes aegypti: a ação integrada. Os professores explicam que as tecnologias são insuficientes se não houver uma ação conjunta entre o poder público e a população para eliminar os focos de proliferação do mosquito.

O primeiro projeto de extensão trabalha dentro da universidade para monitorar a incidência do mosquito em cada um dos oito Centros de Estudos. A iniciativa prevê o cruzamento de dados e levantamento das condições que favorecem o vetor. Esse monitoramento é feito em parceria com o projeto ReciclaUEL e a Divisão de Assistência à Saúde da Comunidade (Dasc).

O professor João Zequi explica que o objetivo é otimizar o processo - armadilhas, captação e integração de informações - para que futuramente possa se delinear um padrão de comportamento na área urbanizada e infestação de Aedes.

O segundo projeto consiste na produção de um bioinseticida à base da bactéria Bacillus thuringiensis israelenses. O produto tem potencial para controle massivo do Aedes e atende prefeituras de pequenas cidades do Norte paranaense e indústrias, principalmente em locais onde há lagoas de tratamento de efluentes e ocorre proliferação do chamado Culex, o pernilongo comum.

O Bacillus thuringiensis israelensis é apenas uma das linhas de ação para o controle do Aedes aegypti, mas outras estratégias já são conhecidas e utilizadas, como a Wolbachia, bactéria intracelular que, se incorporada ao mosquito, prejudica a transmissão do vírus dengue e inviabiliza a prole; o monitoramento de áreas com tecnologia em georreferenciamento feito por algumas empresas particulares; e o Levantamento Rápido do índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), padrão utilizado pelos órgãos governamentais para fazer o monitoramento e tomar medidas de controle.

Os professores enfatizam que o sucesso em reduzir o Aedes e a transmissão viral depende de ações conjuntas. Essas ações, como lembra Zequi, incluem também a divulgação correta das informações, pois muito do que é repassado sobre as formas de controlar o mosquito funciona como desserviço. É o caso dos repelentes caseiros e do plantio de mudas de crotalária, entre outras medidas que não têm fundamentação científica para o real controle ou repelência do vetor.

AEN

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.