Prefeitura e entidades organizam grande mutirão para eliminar criadouros e evitar mortes em Rolândia
“Senhoras e senhores, a coisa está feia. O número de casos de dengue já coloca Rolândia em situação de epidemia. Por culpa de todos nós, moradores, que não eliminamos o mosquito dos nossos quintais. Estamos chegando próximo de 300 casos confirmados na cidade. Pelas estatísticas, daqui a pouco começa a morrer gente. A situação exige uma ação rápida e efetiva. É para isso que estamos aqui!”
Foi com esse alerta que o prefeito em exercício, José Danilson, abriu a reunião do último dia 16, em seu gabinete, entre mais de 50 pessoas representando secretarias municipais, Câmara de Vereadores, entidades religiosas, órgãos da Saúde e da Educação, Polícia Militar e clubes de serviço. O objetivo foi articular uma grande ação de combate ao mosquito Aedes aegypti – uma ação que abrangesse, simultaneamente, toda a cidade.
Ficou decidido que haverá um grande mutirão nos dias 24, 25 e 26 de abril, para eliminar todos os criadouros do mosquito, na área urbana e nos distritos. Todas as entidades presentes se comprometeram em arregimentar o maior número de pessoas possível para que sejam treinadas por profissionais da 17ª Regional de Saúde. Esse “exército”, por agentes de endemias e agentes comunitários de saúde, vão percorrer todos os bairros.
“É fundamental que o mutirão cubra toda a cidade de uma vez só; caso contrário, o mosquito pode migrar de uma região para a outra”, justificou a secretária de Saúde do município, Rosana Alves da Silva. “Temos mais de 200 casos confirmados da doença. Porém, pelo número de casos que tem chegado diariamente aos postos de saúde e ao Pronto Atendimento, sabemos que o número real, mesmo, já deve ter passado de 300. Estamos em epidemia. E temos de nos unir”, alertou a secretária.
Ajuda da PM
Após o treinamento, programado para ocorrer na quarta e quinta-feira da próxima semana, logo após o feriado de Tiradentes, as autoridades da Saúde vão elaborar o cronograma de trabalho. Diversas equipes vão percorrer os bairros, distritos e a área central com a meta de retirar das casas e empresas todos os objetos capazes de acumular água. “É importante que as pessoas entendam que o mutirão não é para recolher sofás ou qualquer outra coisa desse tipo, e sim para eliminar os criadouros do mosquito”, disse o prefeito.
A Polícia Militar vai integrar todas as equipes do mutirão, a fim de agir – repressivamente até – caso algum morador se negue a permitir o acesso dos agentes ao interior de sua residência. “Podem contar conosco para essa tarefa”, afirmou o comandante do 15° Batalhão da PM, major Marcos Vinicius Koch.
Sem feriado prolongado
Para agilizar o trabalho de organização do mutirão, o prefeito José Danilson decidiu revogar o decreto que estabeleceu ponto facultativo para a segunda-feira dia 20. Não haverá aulas – a rede de ensino segue calendário pré estabelecido pelo Núcleo Regional de Educação – mas todos os outros órgãos municipais, principalmente a Secretaria de Saúde, vão trabalhar na véspera do feriado. Também ficou decidido que a partir de amanhã 21, dia do feriado, todos os postos de saúde terão o horário de atendimento ampliado até as 19 horas, para melhor atendimento a possíveis novos casos suspeitos que cheguem à rede básica.
Ter acesso facilitado às casas é um dos principais problemas enfrentados pelos agentes de endemias em seu trabalho diário no combate à dengue. Na reunião, foram relatados esse e outros problemas, como o diagnóstico – principalmente na rede particular de saúde – de casos suspeitos, que são descartados e depois acabam confirmados. Os profissionais da rede pública passaram por dois cursos de capacitação, em fevereiro e março.
Também houve relatos de que já teriam ocorrido mortes por causa da dengue em cidades próximas, como Arapongas, Londrina e Maringá. “Não podemos deixar que Rolândia chegue a esse ponto”, afirmou a secretária de Saúde, Rosana Alves da Silva.
NC/PMR
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