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Remoção de 25 caminhões de material reciclado que servia de criadouro para o mosquito Aedes aegypti. Grande participação de voluntários de diversas entidades da sociedade civil. Acesso facilitado aos imóveis. Maior nível de conscientização dos moradores. Este é, em resumo, o balanço da força-tarefa que, em regime de mutirão, percorreu toda a área urbana de Rolândia nos dias 24, 25 e 26 de abril para combater a epidemia de dengue na cidade.

“O trabalho foi feito com eficiência e, pelo que foi constatado até agora, também com efetividade”, afirma o diretor da Vigilância em Saúde do município, Rafael Ferreira Dias. “As notificações de casos suspeitos já caíram e, embora não tenhamos ainda estatísticas concretas em mãos, a expectativa é de que o trabalho conseguiu romper a cadeia de transmissão da dengue em Rolândia”, ele acredita. “O resultado foi bastante positivo.”

Durante três dias, um grande contingente de agentes de endemias, agentes comunitários e servidores municipais, reforçado por centenas de voluntários de entidades como igrejas e clubes de serviços, percorreu os 28 mil imóveis de Rolândia com o objetivo de remover todo e qualquer objeto que pudesse acumular água e, com isso, servir como criadouro do mosquito transmissor da dengue.

A força-tarefa contou com apoio da Secretaria de Infraestrutura – que transportou todo o lixo recolhido pelos agentes – e também da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Não houve, entretanto, desmobilização: nesta semana, agentes de endemias do município continuaram o trabalho de visita a domicílios e de aplicação do inseticida através de bombas costais. “São vistorias pontuais, em alguns poucos locais onde não conseguimos entrar durante a força-tarefa”, diz Rafael Dias.

Segundo ele, desta vez as equipes não encontraram qualquer dificuldade em terem acesso ao interior dos imóveis. “Os moradores, parece, estavam mais conscientes, entenderam a gravidade da situação e não colocaram obstáculos”, afirma Dias, que revela que, em apenas uma residência, na área central, foi retirado quase um caminhão de material reciclado.

No início de maio, a Vigilância Epidemiológica fará um novo Lira (Levantamento de Infestação Rápido do Aedes). Os números vão dizer que resultado surtiu o esforço concentrado daqueles três dias. O último Lira, em março, revelou índice de 4,3% - ou seja, de cada 100 imóveis, pouco mais de quatro continham focos do mosquito. “A perspectiva é de que o número caia abruptamente, abaixo de 1%, índice preconizado pelo Ministério e pela Organização Mundial de Saúde”, afirma Rafael Dias.

Fumacê

Todo o trabalho realizado na última semana cumpriu os requisitos necessários para que a 17ª Regional de Saúde envie a Rolândia a caminhonete “fumacê”, como é chamado o UBV pesado, para aspergir, em toda a cidade, o inseticida contra o mosquito da dengue – trabalho que, durante a força-tarefa, foi executado pelos agentes através das bombas costais, para matar as fêmeas alvoroçadas devido à retirada dos criadouros.

O “fumacê” ficará durante pelo menos um mês na cidade, cumprindo oito ciclos de cinco dias – cada ciclo cobre 100% da área urbana do município. E com uma vantagem: desta vez, afirma Rafael Dias, serão utilizados veneno com nova molécula e óleo – ao invés de água – para diluir o inseticida, o que vai aumentar o período residual do produto no ambiente.

A força-tarefa foi determinada pelo então prefeito em exercício, José Danilson, que na semana anterior comandou reuniões com as autoridades da área de Saúde e convocou entidades da sociedade civil para o esforço concentrado contra a dengue. Danilson permaneceu no cargo até a sexta-feira dia 24, quando venceu a licença do prefeito Johnny Lehmann.

“É preciso enaltecer o trabalho dos agentes de saúde e também dos voluntários, que se dedicaram a combater a dengue de forma rápida e eficaz”, disse Lehmann nesta terça-feira 28 de abril, de volta ao cargo. “É uma prova de que, nos momentos de dificuldade, os cidadãos responsáveis se unem para defender a cidade.”

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