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Às vésperas de renovar o contrato de prestação de serviços com o município e em meio a uma crise gerada pela falta de recursos financeiros e de pessoal, a direção do Hospital Universitário (HU) busca apoio dos vereadores para evitar o fechamento de alguns setores. Nesta segunda-feira (15) a Comissão de Seguridade Social da Câmara, composta pelos vereadores Gustavo Richa (PSDB), Gaúcho Tamarrado (PDT) e Lenir de Assis (PT), visitou a instituição, acompanhada da diretora superintendente Elizabeth Ursi. Os parlamentares pretendem encaminhar requerimentos aos governos municipal e estadual solicitando que sejam atendidas as reivindicações do hospital, como o repasse de verbas e a contratação de profissionais já aprovados em concurso público.

O presidente da Comissão de Seguridade, Gustavo Richa, lembrou que no último dia 5, em reunião com vereadores; com a superintendente do HU e a reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Berenice Jordão e com o secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) comprometeu-se a intermediar o diálogo com o Estado. “Vamos aguardar um retorno do prefeito, mas se for necessário vamos intermediar uma visita dos secretários de Estado de Saúde e de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ao hospital e cobraremos empenho para evitar a suspensão de serviços tão importantes”, afirmou o vereador.

Para o vice-presidente da Comissão, vereador Gaúcho Tamarrado, a visita desta segunda-feira foi bastante útil para mostrar a realidade vivida pela instituição de saúde, uma das mais importantes da região. “Pudemos ver como, muitas vezes, os pacientes são atendidos de forma precária. É um descaso com a população e esta situação não pode continuar.”

Da mesma forma, a vereadora Lenir de Assis, membro da Comissão de Seguridade, defende a mobilização da Câmara, juntamente com a sociedade civil, para impedir que o HU interrompa serviços. “Se preciso, vamos fazer uma força-tarefa. É inadmissível que o hospital feche setores. Precisamos nos mobilizar para sensibilizar o Governo”, afirma, lembrando que as vagas pleiteadas pela direção da instituição não são novas. “No total, o hospital aguarda a nomeação de 95 profissionais, porém a atual defasagem é de cerca de 300. Muitos deles se aposentaram e as vagas não foram recompostas.”

Contrastes – Durante a visita feita ao hospital, os vereadores se depararam com setores que nunca passaram por melhorias e funcionam em estruturas de 50 anos atrás, contrastando com alas modernas, similares às de serviços de primeiro mundo. Na estrutura originalmente construída para tratamento de tuberculosos, são atendidos pacientes de alta complexidade de cerca de 250 municípios do Paraná e de mais de 100 cidades de outros estados.

A Comissão de Seguridade percorreu todos os setores do HU, inclusive os que mais preocupam, como o Pronto-Socorro (PS), que tem 47 vagas mas chega a atender mais de 100 pacientes em um mesmo dia. Há projeto de reforma desta ala do hospital, mas o custo estimado é de R$ 7 milhões. Também a unidade masculina, a maior e mais antiga da instituição, aguarda por melhorias. “O prédio foi construído na década de 60 e cedido à UEL (Universidade Estadual de Londrina) na década de 70. De lá para cá têm sido feitas reformas pontuais. O telhado, por exemplo, teria que ser todo trocado”, revela a superintendente.

Ainda de acordo com a diretora, por ser muito antigo o imóvel não tem condições hidráulicas, elétricas e estruturais para suportar a exigência tecnológica de um hospital terciário do porte do HU. Muitos sistemas teriam que ser refeitos. Uma das Unidades de Terapia Intensvia (UTI), onde funcionavam 10 leitos, já foi desativada por não apresentar estas condições.

Déficit - Segundo Elizabeth Ursi, o município tem deixado de repassar parte dos recursos originários do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2013, somando R$ 7 milhões. Além disso, os valores de contrato – R$ 3,6 milhões – não são atualizados desde 2010. “Seis anos sem atualizar valores é muito tempo”, avalia a superintendente.

Em relação ao governo de Estado, ela informa que nenhum repasse foi feito no ano de 2015 na forma de suplementação orçamentária para custeio. “Se persistir esta situação, o déficit estimado ao final de 2016 será de R$ 12 milhões. Se isto acontecer, não haverá outro jeito se não fechar serviços”, informa a diretora superintendente.

IMPRENSA ASCOM/CML

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