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Em 19 de setembro, ABN promove atividades no Parque Ibirapuera para levar mais informações sobre a doença à população de São Paulo

Em 19 de setembro, das 9h às 13h30, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) juntamente à Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) e à Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) promoverá atividades esportivas na Arena da Ponte de Ferro do Parque Ibirapuera, como parte da campanha de Conscientização sobre Epilepsia. Na ocasião, uma tenda reunirá neurologistas que conversarão com a população sobre a doença, assim como professores de educação física que auxiliarão os participantes nas atividades.

“A ideia é tirar o estigma de que as pessoas com Epilepsia não podem praticar esporte. A prática esportiva é benéfica e pode inclusive, segundo alguns estudiosos. diminuir a frequência de crises”, afirma a dra. Maria Luiza Manreza, neurologista coordenadora do evento.

A neurologista ainda comenta o fato de que a madrinha da campanha é uma esportista. “A própria madrinha, a ex-jogadora de vôlei Fofão, já nos leva a pensar por esse lado. Vamos esclarecer que a pessoa com Epilepsia, com grande frequência, tem uma vida normal e deve se exercitar”.

O evento contará ainda com demonstrações de capoeira e contadores de histórias para crianças que estiverem no local.

Como parte da Campanha de Epilepsia da ABN, diversas outras atividades acontecerão por todo o Brasil, com o objetivo de alicerçar a população com dados importantes sobre esta doença neurológica crônica, causada por diferentes origens. “Vamos aproveitar todo o mês de setembro para oferecer à sociedade ações que proporcionem conscientização. É importante acabar com certos mitos que envolvem a doença e, além disso, mostrar, até mesmo para os próprios pacientes, que é possível, sim, ter uma vida normal”, pontua a dra. Adélia Henriques Souza, Coordenadora do Departamento Científico de Epilepsia da ABN e uma das médicas à frente da campanha.

Epilepsia

A epilepsia é uma doença neurológica crônica, na qual ocorre uma predisposição persistente do cérebro para gerar crises epilépticas.  Isto ocorre devido a uma descarga elétrica excessiva de um grupo de neurônios localizado em dada região do cérebro.

Segundo a Dra. Adélia, as crises podem ser rápidas ou prolongadas, com ou sem alteração da consciência, com fenômeno motor, sensitivo ou sensorial, entre outras características.

“Estes quadros são classificados em focais e generalizadas. As focais são aquelas que se originam de uma região limitada de um hemisfério cerebral. Já as generalizadas surgem em algum ponto do cérebro e rapidamente se distribuem atingindo os dois hemisférios do cérebro ao mesmo tempo”.

Para o diagnóstico clínico da epilepsia, são considerados os sintomas referidos pelo paciente e seus familiares. Logo após essa etapa, a realização do eletroencefalograma (EEG) confirma o tipo de crise e a ressonância magnética, em alguns casos, pode mostrar a causa da doença.

Na maioria das vezes, a causa não é determinada, pois tem origem genética. No entanto, em algumas situações, as crises podem advir de traumatismos cranianos, infecções e tumores do sistema nervoso central, distúrbios metabólicos, acidentes vasculares isquêmicos ou hemorrágicos, parasitoses, malformações do cérebro, uso de drogas ilícitas e abuso de álcool.

Ainda de acordo com a Dra. Adélia Souza, toda crise convulsiva é epilética, mas nem toda crise epiléptica é convulsiva. “A convulsão por definição é uma crise epiléptica com sintomas motores (abalos musculares)”, explica.

Durante uma crise, o ideal é colocar o paciente deitado com a cabeça de lado, para facilitar a saída de secreção e evitar aspiração. “Não deve ser introduzido qualquer objeto na boca, não se deve tentar interromper os movimentos dos membros nem oferecer nada por via oral”, explica a especialista. “É preferível acionar o serviço de urgência ou telefone de algum familiar ou médico”.

Vale ressaltar, também, que pessoas com epilepsia podem praticar esportes, mas que, no entanto, algumas atividades físicas são contraindicadas ou devem ser realizadas com supervisão de outra pessoa, como atividades radicais (paraquedismo, asa delta, alpinismo, mergulho e esportes motorizados, por exemplo).

“Com terapêutica correta, além da adesão e disciplina por parte dos pacientes, o tratamento da pessoa com epilepsia será um sucesso. Dessa forma, é possível conviver com a patologia sem interferir na qualidade de vida”, conclui a neurologista.

Kelly Silva/Asimp

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