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Réus pactuaram no pagamento de propinas em contratos da Petrobras que somaram mais de R$ 400 milhões

A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) denunciou na segunda-feira, 14 de outubro, os executivos da Jaraguá Equipamentos Industriais S.A Álvaro Bernardes Garcia, Nasareno das Neves, Ricardo Pinto Korps, Wagner Othero e Cristian Jaty Silva pela prática de crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Também foram denunciados Marcio Andrade Bonilho e Waldomiro de Oliveira pelo crime de lavagem de ativos.

Conforme apurado nas investigações, os executivos da Jaraguá Equipamentos prometeram pagamento de propina a Paulo Roberto Costa relativo a quatro contratos para obras na Refinaria de Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, cujos valores iniciais totalizavam em conjunto R$ 400.440.776,38. Identificou-se que pelo menos R$ 5.854.200,04 foram repassados pela Jaraguá Equipamentos, mediante sucessivas operações de lavagem de dinheiro, a título de pagamento das propinas.

Os valores ilícitos foram repassados de forma dissimulada pela Jaraguá Equipamentos de duas formas: transferência de R$ 4.069.200,04, por meio de transações bancárias fundadas em contratos e notas fiscais ideologicamente falsos, com a utilização de empresas controladas pelos operadores Alberto Youssef, Marcio Bonilho e Waldomiro de Oliveira; e oito transferências no valor total de R$ 1.785.000,00 por meio de doações eleitorais oficiais, realizadas pela Jaraguá Empreendimentos a candidatos do Partido Progressista (PP) nas eleições de 2010.

Segundo revelado pelos próprios envolvidos, as doações eleitorais aos integrantes do PP, responsáveis por manter Costa na posição de diretor da Petrobras, foram feitas após a contratação da Jaraguá Equipamentos na RNEST. Youssef foi o responsável por definir os candidatos e valores a serem doados em favor do PP, o que foi acatado pelos executivos da Jaraguá Equipamentos denunciados.

Por tais crimes os ex-deputados federais do PP João Alberto Pizzolatti Junior, Mário Silvio Mendes Negromonte e Luiz Fernando Ramos Faria já foram denunciados perante o Supremo Tribunal Federal, sendo que a acusação foi recebida e na sequência declinada para a 13ª Vara Federal em Curitiba, onde tramita sob o nº 5040308-29.2019.4.04.7000.

A força-tarefa Lava Jato também já propôs ação de improbidade administrativa em face desses agentes políticos, por esses e outros fatos, a qual tramita perante a 1ª Vara Federal de Curitiba sob o nº 5012249-02.2017.4.04.7000.

“Desde 2014 a força-tarefa Lava Jato vem se dedicando a responsabilizar todos aqueles que jogaram o jogo sujo da corrupção na Petrobras. Nesse caso, as investigações revelaram que um sócio e altos executivos da Jaraguá Equipamentos, não integrante do cartel de empreiteiras que loteava as obras da Petrobras, pagaram mais de R$ 5 milhões em propinas por conta de contratos de mais de R$ 400 milhões com a Estatal. Essa é a vigésima ação penal oferecida pela Lava Jato em Curitiba nesse ano e ainda há muito trabalho pela frente”, disse o procurador da República Roberson Pozzobon.

Ação Penal: nº 5055572-86.2019.4.04.7000

Ascom/Ministério Público Federal no Paraná

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