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No Paraná, houve queda no número de ocorrências no trânsito, mas o principal motivo não foi a mudança de conduta dos motoristas, e sim o reflexo da pandemia

Durante todos os meses, as cores do calendário variam em nome das campanhas de conscientização ao redor do mundo. Entre outubro rosa, novembro azul e dezembro laranja, por exemplo, há também o maio amarelo, um movimento que surgiu em 2014 e tem como objetivo conscientizar a população mundial sobre a necessidade de mais cuidados e responsabilidade no trânsito.

Pela definição, trânsito é a palavra que define o conjunto de deslocamentos diários de pessoas, animais e veículos por calçadas e vias. Anualmente, com o aumento da população mundial, da frota de veículos e dos meios alternativos de transporte, o trânsito tem se tornado o foco de muitas mobilizações, principalmente pela sua letalidade: no Paraná, segundo dados da Polícia Militar, somente no primeiro semestre de 2020, houve registro de 13.176 feridos e 454 óbitos em decorrência de acidentes de trânsito. O balanço indicou, ainda, que nas vias urbanas ocorreram 30.878 acidentes, com 10.501 feridos e 158 mortes, de janeiro a junho do ano passado.

No geral, comparando esses números com os registrados em 2019, houve queda no número de acidentes, com redução de 23,8% nas rodovias e 26,4% nas vias urbanas. Mesmo assim, segundo o conselheiro do Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), Engenheiro Civil Charlles Urbano Hostins Junior, ainda é preciso “colocar o pé no freio” e repensar a situação do trânsito no Estado.

“No ano passado, diante da pandemia e das recomendações para que as pessoas ficassem mais em casa, a redução de acidentes já era esperada. Mas a partir do momento em que houve a retomada de boa parte dos setores, já houve aumento exponencial no número de ocorrências. Acredito que, além dos fatores já comuns como pressa e descuido, agora temos motoristas que querem compensar o tempo perdido, como se isso fosse possível. Nas estradas, isso é ainda mais notório, pois com o dólar em alta, há grande demanda de exportação, o que aumenta o fluxo nas vias”, destaca Charlles.

Ainda de acordo com ele, de uns dez anos para cá, houve redução significativa no número de acidentes graves nas rodovias. Por outro lado, os acidentes provocados por falhas que poderiam ser evitadas estão cada vez mais comuns.

“Percebemos que as principais causas são uso do celular na direção, distração, cansaço, estresse... Por isso sempre recomendamos que é preciso dirigir conforme as normas de trânsito, pois elas não foram criadas à toa. Os motoristas precisam obedecer a sinalização e se preparar para uma viagem com antecedência, verificando as condições do veículo e do próprio motorista”, aconselha o Engenheiro.

Mas muito além dos motoristas, outros fatores importantes também dever ser levados em conta nessa equação. Para o 1º diretor administrativo do Crea-PR, Engenheiro Civil José Carlos Dias Lopes da Conceição, é preciso considerar todo o conjunto que faz o trânsito funcionar.

“Temos três pilares da segurança viária: as vias, os veículos e o fator humano. Evoluímos muito no sentido de fazer vias mais seguras e projetar automóveis com mais segurança e tecnologia. Mas no fator humano, não progredimos. A imprudência está cada dia maior, sendo causadora de cerca de 90% dos acidentes de trânsito registrados no mundo”, destaca.

Para que esse índice melhore e menos pessoas sejam vítimas do trânsito, o Engenheiro enumera algumas iniciativas que podem fazer a diferença, sempre dosando liberdade e responsabilidade.

“No trânsito, fazemos escolhas diárias que precisam ser responsáveis não só comigo, mas com o outro também. Preciso escolher usar o cinto de segurança, colocar a cadeirinha para as crianças, não ultrapassar em lugar proibido e, também, calcular o tempo para uma travessia na faixa de pedestres, por exemplo. A partir do momento em que estamos no trânsito, assumimos riscos diversos e precisamos tomar decisões que diminuam as chances de algo errado acontecer”, aconselha.

Nesse sentido, o movimento Maio Amarelo recebe apoio de entidades, empresas, conselhos de classe, governos e autarquias em prol da conscientização – sensibilizando pedestres, motoristas, ciclistas, motociclistas, caminhoneiros e todos os demais personagens que fazem parte do cenário. Neste ano, mais uma vez, o Crea-PR apoia essa iniciativa e, por isso, durante todo o mês, serão divulgados materiais de conscientização nas redes sociais e, também, no site do Conselho. Nos últimos quatro anos, segundo dados do próprio movimento, 27 países abraçaram a causa, mobilizando mais de 1,4 mil empresas. Para também aderir ao movimento, basta acessar o site www.maioamarelo.com .

Asimp/CreaPr

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