Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Conhecido mundialmente por toda a riqueza ambiental, cultural, religiosa e histórica, local é destino turístico pedagógico e pode ser considerado uma sala de aula a céu aberto, já que recebe alunos do ensino fundamental, médio e superior para aprendizados em campo

Que o Santuário do Caraça (situado a cerca de 120 Km de Belo Horizonte, entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara) é um dos lugares mais conhecidos no Brasil e até mesmo mundo, por suas belezas naturais e claro, sua vasta gastronomia, muita gente já sabe. No entanto, o local também é fonte de conhecimento educacional. Prova disso, é que o complexo recebe anualmente estudantes de todo o país, do ensino fundamental ao superior, para aulas de Ciências, História, Biologia, Geografia, estudos práticos na área de Matemática, Botânica, Ecologia, Engenharia Ambiental, Fotografia, Arquitetura, entre outras, para vivenciar na prática e na realidade o que é ensinado em sala de aula.

O gerente geral do Santuário do Caraça, Márcio Mol destaca que o local tem grande vocação educacional, já que teve em suas dependências estudantes que posteriormente se tornaram agentes marcantes na política e história brasileira. “O Santuário do Caraça é conhecido no Brasil e no mundo pelas suas belezas naturais e pela riqueza histórica do local, já que aqui, por exemplo, já estudaram cerca de 120 políticos, dos quais dois foram Presidentes da República: Afonso Pena (1906-1909) e Artur Bernardes (1922-1926). Com tudo disso, a vocação educacional do complexo vem sendo comprovada cada vez mais pela alta procura de escolas para levar estudantes, do ensino fundamental ao superior ao local, para vivenciar na prática o que é aprendido em sala de aula. Ou seja, para vivenciar de fato, o que os professores ensinam na teoria dentro das instituições de ensino”, comenta.

Segundo o gerente do Santuário do Caraça, quando se fala, por exemplo, de História e até mesmo Biologia, o local mostra toda a sua pujança, já que as agências de viagens procuram bastante o ponto pelo seu turismo educacional. “O Complexo Santuário do Caraça é centro de peregrinação católica e especialmente da Família Vicentina, polo de cultura e turismo. Da área total do complexo (12.475,45 hectares), são Reserva Particular do Patrimônio Natural 10.187,89 hectares com objetivos de preservação ambiental e de produção de conhecimento científico. Com isso, as agências de viagens especializadas operam com roteiros exclusivos de instituições de ensino para o Santuário do Caraça. Sempre temos demandas interessantes de escolas e faculdades, principalmente com estudantes do ensino fundamental, para aulas de Ciências, História, Biologia e Geografia, e do ensino superior, sobretudo nos cursos de Engenharia Ambiental, Geologia, Geografia, Direito Ambiental e muitos outros. Ou seja, uma escola a céu aberto que, em breve, com o controle da pandemia, deve voltar a receber visitantes ávidos por conhecimento", conclui.

Fonte de conhecimento

O complexo é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Estadual. Foi escolhido como uma das Sete Maravilhas da Estrada Real. Conta com um amplo Conjunto Arquitetônico onde estão a primeira igreja de estilo neogótico do Brasil, o prédio do antigo Colégio (hoje Museu e Biblioteca), o hotel com 57 apartamentos e quartos, com capacidade para até 230 pessoas, e a Fazenda do Engenho, com 26 apartamentos.

O local possui enorme diversidade de fauna e flora, com raridades de animais e plantas no meio ambiente. Na ampla diversidade de sua fauna, há 386 espécies de aves, 42 espécies de répteis, 12 espécies de peixes e 76 espécies de mamíferos.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural do Santuário do Caraça faz parte de duas importantes reservas ecológicas, as Reservas da Biosfera da Serra do Espinhaço Sul e a da Mata Atlântica, onde há diversas espécies de flora e fauna, algumas encontradas somente no Complexo do Santuário do Caraça, que fica na transição entre Mata Atlântica e Cerrado, onde também há campos rupestres. Em suas serras há nascentes, ribeirões e lagos que possuem águas de coloração escura, que carreiam material orgânico em suspensão.

Seu solo é rico em minérios, explorados nos séculos anteriores, e com grande concentração de quartzito ou rocha metamórfica. Desde 2011, passou a ser preservado contra exploração comercial. O clima tem baixas temperaturas e elevada umidade do ar, comuns em ambientes de mata.

O território do Complexo do Caraça integra a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de BH, onde começam duas grandes bacias hidrográficas, a do rio São Francisco e a do rio Doce, que abastecem aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% da população de sua região metropolitana.

Biblioteca

A Biblioteca hoje está instalada no prédio onde funcionava o célebre Colégio, que hoje abriga também o Museu, o Arquivo e um Centro de Convenções.

Museu

O museu, montado a partir de mobiliário e artefatos diversos de uso diário, pertencentes ao próprio Caraça e com algumas peças remanescentes de séculos passados, constitui um interessante lugar de visitação, diariamente procurado pelos hóspedes e visitantes, através de percursos guiados pelos monitores, com taxa de R$ 5 por pessoa.

Igreja Neogótica

O Santuário do Caraça é a primeira igreja neogótica do Brasil, construída sem mão-de-obra escrava e toda com material regional: pedra-sabão (retirada de perto da Cascatona), mármore (das proximidades de Mariana e Itabirito, Gandarela) e quartzito (da região do Caraça e vizinhanças), unidas com produtos de base de cal, pó de pedra e óleo.

Visitas ilustres

A tradição de aguardar a visita do lobo todos os dias à noite começou no Caraça em maio de 1982, quando algumas lixeiras começaram a aparecer derrubadas e reviradas. Num primeiro momento pensou-se que isto poderia ser causado por cachorros. Começou-se a observar e se descobriu que o grande cachorro que revirava as lixeiras do Santuário era na verdade o Chrysocyon brachyurus, que quer dizer "animal dourado de cauda curta". É chamado Guará porque em tupi-guarani, na língua dos indígenas, guará significa "vermelho".

Desde então, começaram a colocar bandejas de carne nos dois portões da frente da casa e aos poucos os lobos se aproximaram da escada da igreja. Hoje, a bandeja é colocada no adro da igreja, onde têm ido comer, além do lobo-guará, cachorros-do-mato e uma anta.

A prática de alimentar esses animais ali na Casa só persiste até os dias atuais porque o seu hábito de caça não foi comprometido. Por este motivo o lobo-guará não tem hora de aparecer. O tempo de espera da aparição do animal é conhecido como "hora do lobo", a partir das 18h30. Enquanto o lobo não vem, o Caraça proporciona aos hóspedes um tempo de informação e educação ambiental.

Além do famoso lobo-guará, uma anta eventualmente também surpreende os visitantes do local. Além deles, o visitante pode ainda cruzar com outras 76 espécies de mamíferos que habitam no Santuário do Caraça.

Gastronomia

A gastronomia do Caraça é um ponto que merece atenção especial dos visitantes. Além da experiência de comer no refeitório histórico, com toda a simplicidade e variedade de sabores da comida mineira, há uma adega no local onde dá para ver o processo de produção do vinho tinto, do hidromel e dos fermentados de laranja, jabuticaba e morango. Há também a padaria, que fabrica pães, bolos e biscoitos, e a doçaria, para doces, geleias e compotas. O queijo minas artesanal, cujo processo de fabricação existe há mais de 200 anos, é uma das delícias mais procuradas no Santuário e é matéria prima de vários pratos da região em concursos e festivais gastronômicos.

Site com opções de hospedagens: https://www.santuariodocaraca.com.br

Heberton Lopes/Asimp

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.